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A Assembléia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou na manhã desta sexta-feira (31), uma sessão especial para discutir a onda de violência que assusta as comunidades indígenas da Paraíba. 
No último dia 31 de julho, o cacique Geusivam Silva de Lima foi assassinado na aldeia Brejinho, do município de Marcação. Segundo lideranças potiguaras, mais 32 caciques já receberam ameaças de morte e, nos últimos meses, o clima é de insegurança nas aldeias indígenas da Paraíba. “Não temos mais sossego, vivemos com medo, mudando de uma aldeia para outra. A gente tem medo que estas ameaças e execução dos caciques virem vício, por isso queremos uma solução urgente”, desabafou o cacique geral, Sandro Gomes. 
A sessão foi presidida pelo deputado Trócolli Junior (PMDB) e contou com a presença do deputado Jutahy Menezes (PRB), do cacique geral Sandro Gomes e dos líderes das aldeias do povo Potiguara, Alcides da Silva, José Roberto de Azevedo e Anibal Cordeiro Campos, bem como do Promotor de Justiça Raldeck de Oliveira. 
Anibal Cordeiro, líder da aldeia Jaraguá (Rio Tinto), já foi vítima de atentados e fez duras críticas à Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social. “Os policiais militares são uns bandidos, andam com os traficantes. Antes, quando a gente via um carro da PM se sentia seguro, hoje a gente corre, se esconde com medo. A polícia passa as informações para os bandidos, quando a gente presta uma queixa, no outro dia os bandidos já sabem de tudo e começam a nos ameaçar”, denunciou. 
O cacique também criticou o Ibama, a quem acusa de proteger e ser conivente com a ação de fazendeiros. “Se formos pegos pescando ou cotando algum mato eles dizem que não podem, que a área é de preservação ambiental e ameaçam nos prender. Mas os latifundiários e pecuaristas podem tudo. Podem desmatar o mangue, jogar veneno nas margens dos rios para matar os peixes, camarões e ostras”, disparou. 
Apesar das críticas ao Ibama e a Secretaria de Segurança Pública, os índios não sabem a quem atribuir a autoria dos atentados. “Temos que saber quem é que está por trás disto: se são os índios, os brancos, os traficantes, os usineiros, os pecuaristas ou os latifundiários”, declarou o cacique Alcides da Silva. 
Após as denúncias, o promotor Raldeck de Oliveira defendeu que seja feito um trabalho de inteligência entre as policias Federal, Civil e Militar e anunciou apoio as reivindicações potiguaras. “É preciso que se diga aos potiguaras que eles não estão sozinhos, tem a Assembléia e o Ministério Público Estadual ao lado deles”, afirmou. 
No final das discussões, o deputado Trócolli Júnior lamentou a postura do secretário de Segurança Pública, Cláudio Lima, que foi convidado para a sessão, mas não compareceu e sequer enviou um representante. “É lamentável o posicionamento da secretaria de Segurança com relação a estas graves denúncias. O convite foi feito, mas eles nem sequer mandaram um representante”, protestou.

Por Jean Ganso,com Portal Correio
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