Ele também é suspeito de tentar matar três policiais militares que participaram das investigações. Em um ano e sete meses, 21 processos administrativos foram instaurados contra PMs, sendo que 10 deles terminaram em expulsão e os demais continuam em andamento.
Conforme o major Ronaldo Marques Batista, corregedor administrativo da PM, o Ministério Público (MP), as polícias Civil e Militar de Mamanguape iniciaram as investigações no ano passado e entregaram o processo, contendo várias provas contra o acusado, à Corregedoria Administrativa.
“Diante dos autos do processo jurídico do Ministério Público, nós abrimos um processo administrativo, onde foi formado um conselho disciplinar, que comprovou fortes indícios de participação do policial em uma organização criminosa e decidiu pela sua exclusão da corporação”, frisou.
Sobre a função de informante de bandidos, o major afirmou: “Foram entregues gravações contendo várias declarações que confirmaram o seu envolvimento nas ações criminosas”. Em relação à suspeita de tentar matar colegas, o corregedor disse que estão sendo investigadas.
Grupo agia na região de Mamanguape
De acordo com a polícia, a quadrilha agia assaltando agências bancárias e dos Correios, na região de Mamanguape e do Litoral Norte do Estado. Era formada por cerca de 15 pessoas. “Natanael informava aos outros integrantes do grupo a localização da polícia e das viaturas e faturava por cada informação”, contou o major Ronaldo Marques.
Segundo o major, outras sete pessoas que integravam a quadrilha estão presas, em Natal (RN), na Penitenciária Flósculo da Nóbrega (Presídio do Róger), em João Pessoa, e no Presídio de Mamanguape. O major Ronaldo Marques não soube informar o nome dos presos e nem há quanto tempo o grupo agia na região.
Apesar das provas, responde em liberdade
Segundo a Corregedoria Administrativa, Natanael Virgínio teve direito à defesa, mas o conselho disciplinar entendeu que as provas contra ele eram evidentes e muito fortes, infringindo como conduta negativa para a corporação. “Toda conduta incompatível com a condição de um policial militar, seja ela abuso de poder, corrupção, faltas ao trabalho, gera processo administrativo, que conforme suas provas pode acabar em desligamento da corporação”, observou o major Ronaldo Marques. Segundo o major, até o momento, Natanael responde ao processo em liberdade.
A reportagem entrou em contato com o delegado Francisco Marinho, responsável pelo inquérito policial no início das investigações, para saber se será expedido um mandado de prisão contra o acusado. No entanto, o delegado informou que o caso foi repassado ao gerente da Polícia Civil Metropolitana de João Pessoa, Wagner Dorta, que não atendeu as ligações.
Cabo Natanael tinha 13 anos de serviço
De acordo com a Corregedoria Administrativa da PM, o cabo ainda pode recorrer à decisão com a Procuradoria-Geral do Governo do Estado. A reportagem não conseguiu entrar em contato com Natanael Virgínio. O policial tinha 13 anos de PM e estava lotado no 12º Batalhão de Polícia Militar de Mamanguape.
Por Jean Ganso,com Portal Correio
Por Jean Ganso,com Portal Correio