Órgãos para transplantes terão prioridade em vôos no Brasil. Foi o
que anunciou o Ministério da Saúde nesta quarta -feira. O anúncio faz
parte de um acordo firmado entre o Ministério da Saúde e cinco
companhias aéreas.
O objetivo é reduzir, ao máximo, o tempo entre
o deslocamento do órgão após a captação e a realização do transplante.
Com esta iniciativa, as aeronaves que estiverem transportando órgão
passam a ter prioridade para pousos e decolagens, sendo que o condutor
do órgão e a equipe que o estiver acompanhando deverão ter acesso
imediato aos portões de embarque e desembarque.
O ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, explica que a expectativa é aumentar em 10% a
disponibilidade de órogãs que exigem maior rapidez para serem
transplantados.
"Umas das preocupações que nós temos na velocidade
da extração de um órgão, até chegar a um receptor final. Alguns desses
órgãos como, sobretudo, o coração, o pulmão, chegam a ter seis horas o
tempo de isquemia, o fígado quatro horas, tanto a extração ser feita de
forma correta, a conservação com as soluções e esse deslocamento rápido é
possível no território da nossa dimensão através da aviação área pode
ser decisivo para salvar uma vida."
A partir do acordo entre o
Governo Federal e as companhias aéreas, uma equipe do Sistema Nacional
de Transplante do Ministério da Saúde vai ficar instalada 24 horas por
dia no Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea, localizado ao lado do
aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
O ministro Alexandre
Padilha explica que são oito enfermeiros que vão se revezar no
monitoramento de informações como vôos disponíveis e conexões, condições
do tempo e aeroportos em reforma.
" É muito importante a
presença dos profissionais do Sistema Nacional de Transplantes porque
muitas vezes pelo fato de não estar dentro do centro de gerenciamento, o
Sistema Nacional de Transplantes não sabe exatamente quais são os vôos
que estão saindo daquela localidade, qual é a melhor rota, qual é a
melhor escala que pode ser feita, para que o órgão chegue o mais rápido
possível até o receptor."
O presidente da Associação Brasileira
das Empresas Aéreas, Eduardo Sanovicz, acredita que o acordo com o
Governo Federal vai ajudar a salvar vidas.
"Nós temos um país que
no qual é impossível transportar um coração ou um rim em menos de seis
ou oito horas de Florianópolis para Belém do Pará, se não for de avião e
outros exemplos vários, nesse sentido, portanto nós entendemos que além
de transportar pessoas, além de transportar cargas, passamos a
formalizar isso e atuar no sentido de garantir que um conjunto muito
expressivo de vidas humanas passa a ser literalmente salvo."
No
ano passado, 1.296 órgãos e tecidos foram transplantados no Brasil.
Neste ano, até o momento, o número dobrou chegando a cerca de 3.500
transplantes.
Por Portal Correio