O Complexo de Pediatria Arlinda Marques, que integra a rede
hospitalar do Estado, recebeu nesta terça-feira (10) dois representantes
da Organização Não Governamental (ONG) Miraclefeet, com sede na Carolina
do Norte, Estados Unidos. O objetivo da visita firmar uma parceria na
área de ortopedia. O encontro está marcado para as 9h e vai contar com a
presença do secretário de Estado da Saúde, Waldson Dias de Souza.
Há
dez anos utilizando o método de Ponseti para o tratamento do pé torto
congênito, o ortopedista pediátrico e mestre em Medicina Francisco
Laécio Vieira Damaceno, que coordena a Ortopedia Pediátrica no Hospital
Arlinda Marques,foi procurado pelo representante da ONG Miraclefeet,
Richard Hoffmann, para firmar a parceria. O método de Ponseti para o
tratamento do pé torto congênito consiste em tratar as deformidades
desde a primeira semana, através de manipulações e aplicação de gessos
seriados, com intervalos semanais, num total de 5 a 6 trocas de gesso e
uma pequena cirurgia (tenotomia do tendão calcâneo); uso de gesso por
mais 3 semanas e uso de órtese (Denis Browne) por 4 anos.
A ONG
Miraclefeet se propôs a investir na infraestrutura para melhorar ainda
mais a qualidade do serviço e financiar todo o tratamento das crianças
que apresentam a deformidade, uma vez que a missão desta organização é
oferecer um tratamento adequado ao paciente com pé torto congênito nos
países em desenvolvimento. “Essa parceria não trará nenhum ônus ao
Estado. Ao contrário, ela vai beneficiar as crianças pobres do nosso
Estado, promovendo o tratamento adequado ao pé torto congênito, através
da aplicação do Método”, explicou o médico Francisco Laécio Damaceno.
Ele
adiantou que a ONG vai oferecer insumos como algodão ortopédico, gesso e
órteses gratuitas, treinamento de médicos e paramédicos para o
aprendizado do método. Em contrapartida, o Estado deve se comprometer na
utilização do método de Ponseti para o tratamento do pé torto congênito
e permitir a utilização dos dados dos pacientes no Cadastro
Internacional de Pé Torto Congênito.
O ortopedista pediátrico
disse ainda que, além de investir na melhoria dos serviços e custear as
despesas do tratamento, a ONG também divulgará o método de Ponseti em
todo o Estado, por meio do Arlinda Marques e sua coordenação. Essa mesma
divulgação será feita na Paraíba para que os pais que têm filhos com pé
torto congênito procurem o Hospital Arlinda Marques para que a criança
receba o atendimento adequado e especializado.
Francisco Laécio
explicou que o pé torto congênito atinge uma em cada 1000 crianças
nascidas vivas e alertou que quanto mais cedo for tratada, maior a
chance de o sucesso ser alcançado.
Semanalmente, ele atende cerca de 10
pacientes com o pé torto e disse não ser raro atender crianças com idade
de 10 anos sem nunca ter iniciado um tratamento. Nessa faixa etária,
além do tratamento ser muito oneroso – podendo ser gastos mais de R$ 100
mil com materiais – é muito doloroso para o paciente e nunca será
melhor do que o tratamento conservador, que se inicia logo na primeira
semana de vida.
Por Portal Correio