A dificuldade em achar provas, testemunhas e indícios atrapalha o
trabalho das investigações e deixa livre os assassinos da estudante
Rebecca Cristina, encontrada morta em janeiro de 2011, em um matagal de
João Pessoa, conforme atestou o delegado Glauber Fontes, que foi
designado em caráter especial para cuidar do caso. Numa sensação de
impunidade, a mãe da vítima pensa em desistir do caso.
O inquérito
policial já consta com três volumes que somam mais de 1.500 páginas.
Nesses documentos estão registrados o depoimento de mais de 100 pessoas,
porém, foram insuficientes para as autoridades policiais elucidar o
caso, que ganhou grande repercussão na imprensa e a sociedade cobra a
punição dos culpados.
O delegado considerou a investigação
caso como ‘complicada’ em virtude da inexistência de denúncias e
informações precisas, que ajudem a colocar atrás das grades os
assassinos da estudante.
“Esse crime não ficará impune.
Estamos trabalhando, mas o caso é complicado porque ainda não temos
provas concretas dos autores do assassinato. Mais de 50 exames de DNA
foram feitos e todos foram descartados. A suspeita é de que o autor
tenha sido uma pessoa de longe, de outra cidade” reforçou o delegado que
está presidindo o inquérito há cinco meses.
No período
investigatório, segundo Glauber Fontes, todas as pessoas que fizeram
parte do ciclo da vida de Rebecca Cristina foram ouvidas, mas o vínculo
delas com o assassinato não foi atestado. “Há uma carência de
investigação muito grande nesse crime. É impossível que ninguém não
tenha visto nenhum momento da trama criminosa, que foram três: o
sequestro, estupro e execução”.
A Polícia Civil pede para quem
tiver informações sobre o caso ligue para o 197. “As investigações
continuam; estou ouvindo várias pessoas e temos que concluir esse caso
com um desfecho satisfatório. Porém, é importante que se alguém souber
alguma informação que leve possa levar a polícia ao criminosos, deve
ligar para o 197 e denunciar. A identidade é preservada”, conclamou o
delegado Glauber Fontes.
A dor da perda
“O Natal passou por mim e nem senti. Estive dopada e o Ano Novo vai ser
do mesmo jeito”. O desabafo é de Teresa Cristina, mãe da estudante,
que, com voz contida pelo choro e emoção, narrou à peregrinação que vem
fazendo há pouco mais de dois anos para ajudar nas investigações.
“Mais um ano se foi e o meu sentimento de impunidade aumentou. Só
recebo da polícia a seguinte frase: 'estamos investigando', nada de
concreto. Estou constantemente dopada, minhas idas ao psiquiatra
aumentaram, assim como a dosagem dos medicamentos. Estou ficando sem
força para lutar e já penso em desistir e entregar tudo nas mãos do
Senhor, já que foi desejo dele tirar a vida da minha filha.
Infelizmente, a impunidade comprova que há crime perfeito na Paraíba"
desabafou a mãe da estudante.
Crime
Rebeca Cristina, 15 anos, foi encontrada morta com vários tiros na
cabeça na tarde do dia 11 de julho de 2011, na praia de Jacarapé, em
João Pessoa. A estudante teria saído de casa às 7h para assistir aula no
Colégio Militar, como fazia todas as manhãs. Por volta das 12h30, a mãe
sentiu falta da menina, pois ela não havia retornado da aula para casa,
no bairro de Mangabeira, Zona Sul da Capital. A polícia foi acionada.
De acordo com as autoridades, Rebeca Cristina foi achada usando apenas calcinha em um matagal considerado área de desova de corpos em Jacarapé. Uma equipe do Instituto de Perícia Científica da Capital esteve no local onde o corpo da adolescente foi encontrado para investigar indícios do crime. Exames comprovaram que ela foi estuprada.
De acordo com as autoridades, Rebeca Cristina foi achada usando apenas calcinha em um matagal considerado área de desova de corpos em Jacarapé. Uma equipe do Instituto de Perícia Científica da Capital esteve no local onde o corpo da adolescente foi encontrado para investigar indícios do crime. Exames comprovaram que ela foi estuprada.
Por Portal Correio