O montanhista paraibano, Josenildo Correia da Silva, falecido ao
realizar o sonho de chegar ao cume do Aconcágua, a maior montanha das
Américas, foi homenageado na última semana, exatamente 3 anos após seu
desaparecimento.
A iniciativa foi do também montanhista, o itupevense Luiz Carlos
Izzo, quando obteve sucesso em sua primeira expedição ao cume do Monte
Aconcágua.
Izzo mandou fazer uma faixa com a foto, nome e a última frase do
montanhista e levou em sua mochila, na esperança de conseguir estendê-la
no cume da maior e mais alta montanha das Américas, de onde Josenildo
acabou não voltando.
Natural de Guarabira, Josenildo chegou a ficar desaparecido por duas
semanas, em março de 2013, quando escalava o Monte Aconcágua. Nildo,
como era mais conhecido, realizou o sonho de chegar ao cume, mas não
conseguiu descer e acabou morrendo.
Na foto, com Luiz Carlos Izzo, está o guia especializado de alta
montanha, o argentino Hermano Sebas, que fez questão de participar da
homenagem a Josenildo.
“Conheci o grupo de brasileiros a qual fazia parte Josenildo e faço
questão de enviar as condolências à família e lembranças a todos os
amigos participantes. Josenildo era um grande montanhista e realizou seu
grande sonho de alcançar o cume do Aconcágua”, disse Hermano.
Morador da cidade de Itupeva/SP, Luiz Carlos Izzo tomou conhecimento
do fato por meio de amigos montanhistas, que participaram da expedição
ao lado de Josenildo.
“Nildo tentava o cume do Aconcágua pela 4ª vez e ele conseguiu
realizar seu grande sonho, porém, na ocasião o tempo não estava
favorável e ele não conseguiu voltar.
Morando em Guarabira, o alpinista treinava para as expedições subindo
as ladeiras da cidade com pneus amarrados à cintura. A viúva do
montanhista chegou a receber em uma caixa, enviada pelo Ministério das
Relações exteriores, o material usado por Nildo na expedição.
Entre os
equipamentos estavam: um par de botas de alpinismo, lanterna,
suplementos alimentares, bastões de trekking, garrafas d’água e as
bandeiras de Guarabira e da Paraíba.
Emocionada, na época, Alessandra falou sobre a lembrança que os objetos lhe trouxeram.
Eram as últimas coisas que estavam com ele. Então ali tem o cheiro
dele. Tem a mão dele. Tem ele vivo ali. Para mim, ele está vivo naqueles
objetos. Então ter esses pertences comigo é muito importante. É para o
resto da minha vida – afirmou na época a viúva.
O montanhista, Ademir Silva, morador da cidade de Limeira e que
participou da última expedição de Josenildo, disse que ficou muito
triste com a morte de Josenildo. “Estive com ele no Campo Base de
Berlim, localizado a 6.000 metros de altitude. Iniciamos a travessia
rumo ao cume juntos e vi o tamanho de sua coragem, determinação e
humildade diante de tal esforço físico, mental e espiritual”, concluiu.