Lideranças partidárias estão reunidas na manhã de hoje (29) para
tentar fechar um acordo sobre procedimentos e primeiros requerimentos de
convite e convocação para a Comissão Especial que analisa o pedido de
impeachment da presidente Dilma Rousseff. Governo e oposição tentam
definir dois nomes indicados por cada lado para depor no colegiado nos
próximos dias.
Do lado a favor do impeachment, o líder do DEM, Pauderney Avelino
(AM), defende que uma das audiências seja marcada para ouvir a jurista
Janaína Paschoal, uma das signatárias do pedido que culminou no processo
contra a petista, ao lado de Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. Do lado do
governo, os líderes Leonardo Picciani (RJ) e Afonso Florence (PT)
tentam emplacar outros nomes que ainda não foram sinalizados. O
vice-líder do governo, Paulo Teixeira (SP), não quis antecipar nomes e
disse que irá consultar o Palácio do Planalto.
Teixeira, que participou do encontro, reforçou o discurso da base
aliada que afirma não haver base jurídica para o impeachment. “A
presidente não cometeu nenhum crime de responsabilidade. Estão querendo
tirar uma presidente honesta, talvez, para esconder desonestidades que
estão acontecendo no país”, atacou.
Sem querer cravar contabilidade de votos, Teixeira aposta que o
governo terá número suficiente para derrubar o pedido – maioria simples
na comissão especial que tem 65 deputados titulares e 2/3 dos votos dos
513 deputados, durante a votação em plenário, independente do resultado
na comissão. Sequer o possível rompimento do PMDB com o governo parece
preocupar Teixeira. “O PMDB que sairá é o PMDB que nunca esteve. Não
mudará a contabilidade”, disse.
Regras
Também participa da discussão o presidente da comissão, deputado
Rogério Rosso (PSD-DF), que deixou a liderança do partido para se
dedicar à nova função. Ontem (28), Rosso – que já avisou que não vai
permitir uma “carnificina política” nos debates do colegiado – se
encontrou com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, Rosso e o relator do
processo, Jovair Arantes (PTB-GO), afirmaram que vão cumprir a
Constituição e as regras do rito que foram definidas pelo Supremo.
Depois da conversa com o ministro Luís Roberto Barroso, visitado no
mesmo dia, o próprio juiz garantiu que o STF não vai mudar a decisão que
for tomada pelo plenário da Câmara dos Deputados sobre a admissão do
processo de impedimento.
Agência Brasil