Segundo a tradição judaica, as tamareiras da Terra Santa chegaram a 
Israel trazidas do Egito após o Êxodo. A espécie mais comum na região 
por séculos de fato tem uma genética que mostra uma relação mais próxima
 com a variedade egípcia da planta, conhecida como Hayany.
Até os tempos de Jesus, esse tipo específico de tamareira (Phoenix 
Dactylifera) era comum em todo o território do estado de Israel. Durante
 séculos foi um símbolo da região. Além de possuir propriedades 
medicinais, todas as suas partes podiam ser aproveitadas, especialmente 
seus nutritivos frutos.
Contudo, segundo a história, ela ficou extinta por quase dois mil 
anos. Numa tentativa de abalar a economia local, os romanos cortaram 
todas as tamareiras da Judeia. O “milagre” aconteceu em 1973.
Durante uma viagem de exploração na Fortaleza de Massada, o 
arqueólogo israelense Ehud Netzer, da Universidade Hebraica de 
Jerusalém, descobriu um pote cheio de sementes de tâmara. Ele procurou o
 arqueólogo botânico Mordechai Kislev, da Universidade Bar-Ilan, de Tel 
Aviv.
Kislev guardou as sementes num depósito por 31 anos, considerando que
 seria impossível elas voltarem a germinar depois de dois milênios. 
Contudo, em 2004, ele falou sobre as sementes com a doutora Elaine 
Solowey, diretora do Instituto de Estudos Ambientais Arava, no Kibbutz 
Ketura, localizado no extremo sul de Israel.
Ela é uma especialista em ervas medicinais em vias de extinção. Sentiu-se desfiada a fazer aquelas sementes brotarem.
De fato, em 2005, após uma série de procedimentos científicos 
avançados, a tamareira germinou. 
Logo foi apelidada de ‘Matusalém’, uma 
referência ao mais longevo personagem bíblico.
Como esse tipo de planta demora cerca de 10 anos para frutificar, em 
2015, ela gerou novas sementes. Acabou se tornando “papai”, pois o pólen
 do macho produziu tâmaras em uma fêmea.
A doutora Solowey explica que testes comprovaram que as sementes de 
“Matusalém” tinham 2.000 anos de idade. Até 2012, manteve o recorde 
mundial de árvore nascida a partir da semente mais antiga. Contudo, 
perdeu o título após pesquisadores conseguiram germinar sementes com 
cerca de 32.000 anos.
A tamareira milenar passa de quatro metros de altura, “tem alguns 
ramos, flores, e seu pólen é bom” comemora Solowey. A doutora explica 
que “as plantas medicinais desta região são muito importantes, pois são 
mencionadas na Bíblia”.
“Quando olhamos para fontes antigas e alguns textos hebraicos, vemos 
que a tamareira era utilizada para diversos tipos de tratamento de 
doenças… Para nós, não se trata apenas de uma comida”, concluiu.
Com informações de NatGeo
