Considerado o mal do século,
atualmente o câncer é a segunda maior causa de mortes no Brasil, com 190
mil por ano. Por se tratar de uma doença associada principalmente ao
envelhecimento, quanto maior a expectativa de vida da população, maior
costuma ser a incidência do câncer. Além da idade, outros fatores também
podem aumentar a chance do desenvolvimento da doença. Na Paraíba, o
câncer mata mais de 3,5 mil pessoas por ano e o maior número de óbitos
ocorre em quem sofre com a incidência no pulmão.
De acordo com o Instituto Nacional de
Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), no Brasil, por ser um país
muito extenso e com diferenças socioculturais e econômicas
significativas entre as regiões, as taxas brutas (número de casos a cada
100 mil habitantes) sofrem variações importantes conforme a região
geográfica.
Segundo as estimativas de novos casos
de câncer em 2016 feitas pelo INCA, na região Nordeste, entre os homens,
haverá cerca de 14.290 diagnósticos na próstata, ocupando 27,1% dos
casos entre o sexo. Já nas mulheres, o risco continua com o câncer de
mama que terá aproximadamente 11.190 novos casos (20,5% dos casos entre o
sexo feminino) seguido do câncer de colo de útero com estimativa de
5.630 novos casos, cerca de 10,3% dos casos entre o sexo feminino.
De acordo com a Secretaria de Saúde do
Estado da Paraíba, em relação a todos os tipos de câncer listados pelo
Sistema de Informação da Mortalidade (SIM), em 2014 foram registrados
3.503 óbitos no estado e em 2015, 3.552.
Os tipos de câncer que mais mataram os paraibanos em 2014 e 2015, segundo a SES, foram:
1º Brônquios ou Pulmões;
2º Próstata;
3º Estomago;
4º Mama;
5º Fígado (Metástases);
Segundo o doutor Fernando Carvalho,
cirurgião torácico de pulmão e diretor clinico do Hospital Napoleão
Laureano, só em 2015, 129 pessoas foram diagnosticadas com tumores de
pulmão no hospital. O mês com o maior número de casos registrados foi em
agosto, quando foram detectados 21 pacientes com esse tipo. O câncer de
pulmão é mais frequente em homens. Para ele, 90% desses casos acontecem
com fumantes e 10% com fumantes passivos, que apenas inalam a fumaça.
“O câncer de pulmão é, dentro das
patologia malignas, o que mais mata, porque quando o paciente chega a
apresentar os sintomas, essa lesão já está extremamente avançada; os
sintomas são muito discretos. Quando ele começa a apresentar dores e
tosse, essas lesões já estão no estado avançado”, comentou o doutor.
Em 2014, em todo o estado, 389 pessoas
morreram vítimas de câncer de pulmão. Em 2015, este número subiu para
410. Já em 2016, 20 óbitos por câncer de pulmão foram contabilizados.
Cuidados
Dalva Arnaud, chefe da Oncologia do
Hospital Laureano, que é referência no tratamento de câncer na Paraíba,
falou que o envelhecimento pode colaborar com o surgimento da doença,
mas dependendo do caso, alguns fatores podem agravar quadros de saúde.
Segundo ela, o não uso do protetor
solar pode acarretar câncer de pele; o câncer de pulmão nos fumantes,
reforçando a necessidade de evitar o cigarro; o câncer de fígado que
pode ser consequente do álcool ou de vírus, implicando na importância de
frequentar o médico para acompanhar a saúde e também evitar o excesso
de bebidas alcoólicas.
Dalva explica que 10% dos casos
diagnosticados com câncer de mama são genéticos. A doutora também
comentou que entre os homens o caso mais frequente é o que afeta a
próstata, e entre as mulheres, o de mama.