O desemprego no Brasil atingiu 8,2% em fevereiro, segundo informou o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta
quarta-feira (23). É a maior taxa para o mês desde 2009, quando chegou a
8,5%. Considerando todos os meses, é a mais elevada desde maio de 2009,
que registrou 8,8%.
No mês anterior, o índice ficou em 7,6% e em fevereiro de 2015, em 5,8%.
De acordo com Adriana Beringuy, técnica de Trabalho e Rendimento do
IBGE, o crescimento de 2,4 pontos percentuais da taxa de desocupação,
entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016, é o maior avanço anual para
o mês na série, iniciada em março de 2002.
Ocupados e desocupados
A população desocupada cresceu 7,2% em relação a janeiro e alcançou 2 milhões de pessoas. Já na comparação com o mesmo mês de 2015, o aumento foi ainda maior, de 39%.
Em relação a janeiro, o número de desempregados só mostrou uma
variação significativa na Região Metropolitana de São Paulo (13,5%). Já
na comparação com fevereiro de 2015, esse contingente aumentou na
maioria dos locais pesquisados, com destaque para São Paulo (52,7%), em
uma ponta, e Rio de Janeiro (22,1%), na outra.
Se o número de desocupados aumenta, diminui a quantidade de pessoas
empregadas. Segundo o IBGE, a população ocupada foi estimada em 22,6
milhões, uma queda de 1,9% em relação ao mês anterior – a maior baixa
mensal desde janeiro de 2004. Diante de fevereiro do ano passado, o
recuo foi de 3,%, o maior para o mês de fevereiro da série.
Desses empregados, o número de trabalhadores com carteira de trabalho
assinada no setor privado chegou a 11,4 milhões e não mudou em relação a
janeiro, mas frente a fevereiro de 2015 mostrou recuo de 4,1%.
Rendimento
A remuneração dos ocupados também recuou. O rendimento médio dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.227,50 – valor 1,5% abaixo do indicado em janeiro e 7,5% inferior a um ano atrás.
Sobre janeiro, o rendimento recuou no Recife (-4,6%), em São Paulo
(-2,9%) e no Rio de Janeiro (-0,6%) e cresceu em Belo Horizonte (2,5%) e
Salvador (0,6%). Em relação a fevereiro de 2015,o rendimento caiu em
todas as regiões. Salvador teve a maior diminuição, de 12,5%, e Porto
Alegre, a menos intens, -5,3%.
Fim da pesquisa
A Pesquisa Mensal de Emprego, que é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, tem a sua última divulgação nesta quarta-feira.
Ela será
substituída pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad
Contínua), que visita 211 mil domicílios em 3.464 municípios.
“É um momento bastante emocionante, histórico dentro da instituição.
Essa pesquisa que foi implantada em 1980 completa agora 36 anos. Essa
pesquisa nasceu pequena, tinha o objetivo de atingir pelo menos nove
regiões metropolitanas, mas por questões de recursos, não foi possível. A
partir de 2002, conseguiu fazer uma série de estudos para conhecer o
perfil de mercado de trabalho.
Ela vai ser substituída pela Pnad
Contínua, que vem permitir que tenhamos a curto prazo informações do
mercado de trabalho em nível nacional”, declarou Cimar Azeredo,
coordenador de trabalho e rendimento do IBGE.
Jean Ganso/G1