A médica Myriam Priscilla de Rezende Castro, condenada por ter
mandado cortar o pênis do ex-noivo, deu à luz gêmeos nesta quarta-feira
(4), em uma maternidade localizada em Belo Horizonte (MG), onde ela foi
localizada pela polícia após ter sido considerada foragida.
Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais
(Seds-MG), assim que tiver alta, a médica será encaminhada ao Centro de
Referência à Gestante Privada de Liberdade, situada na cidade de
Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. Não há previsão
de quando a alta ocorrerá.
O órgão informou desconhecer a gravidez da médica em razão de não ter
sido apresentado por ela nenhum documento médico nesse sentido.
A assessoria de imprensa da maternidade Octaviano Neves informou que
os bebês nasceram prematuros e estão internados em observação no Centro
de Tratamento Intensivo Neonatal da unidade hospitalar. No entanto, o
setor não revelou em qual mês de gestação eles nasceram nem o sexo das
crianças.
A reportagem tentou contato com o advogado de defesa da médica, mas
não conseguiu localizá-lo. O defensor, entretanto, havia dito
anteriormente que a cliente se submeteu a uma inseminação artificial
para engravidar.
Ele também tinha negado que a cliente tivesse fugido da cadeia e
justificou a internação na maternidade em razão de problemas de saúde
dela. Ele também havia adiantado que a gravidez teria sido revelada ao
juiz que cuida do caso.
Foragida
Myriam Castro havia sido condenada a seis anos de prisão em regime
semiaberto, com direito ao trabalho, e cumpria a pena no Complexo
Penitenciário Estevão Pinto, situado na capital mineira.
A Subsecretaria de Administração Prisionais (Suapi) considerou a
presa foragida em razão de ela não ter retornado à unidade prisional no
dia 28 de janeiro deste ano.
Ela foi localizada pela polícia na maternidade, após uma denúncia
anônima, no dia 21 do mês passado. Desde então, permanecia sob escolta
de agentes do sistema penitenciário. A Justiça ainda negou, no final de
fevereiro deste ano, pedido da defesa para que ela cumprisse o restante
da pena em prisão domiciliar.
Relembre o caso
O crime contra o ex-noivo ocorreu em Juiz de Fora (278 km de Belo
Horizonte), em 2002. A médica foi condenada em abril de 2009, mas não
foi presa imediatamente em razão dos diversos recursos impetrados pelos
seus advogados.
Ela só foi presa em abril do ano passado, em Pirassununga (211 km de
São Paulo), após expedição de mandado da prisão pela Justiça.
De acordo com o processo, à época do rompimento do casamento, a
médica teria se revoltado contra o homem e passado a ameaçá-lo. Ele teve
sua casa e um automóvel incendiados.
Em seguida, ainda de acordo com o processo, Myriam, com a ajuda do
pai, teria contratado dois homens para mutilar o ex-noivo. Um dos
executores está preso. Por causa de um AVC (Acidente Vascular Cerebral)
durante o julgamento, o pai cumpre pena em regime domiciliar. A vítima
sobreviveu e vive
anonimamente.