A corrida pelo cargo máximo do futebol mundial começa oficialmente e a Fifa
anuncia que quatro candidatos foram validados para o processo
eleitoral: Joseph Blatter, atual presidente, o príncipe da Jordânia, Ali
Bin Al Hussein, o ex-jogador Luís Figo e o cartola holandês Michael van
Praag.
Jerome Champagne, o primeiro a se lançar na corrida há um ano, não
conseguiu apoio suficiente das federações e foi excluído do processo. Em
uma carta, porém, ele denunciou a eleição e acusou candidatos de
estarem fazendo pressões para evitar que ele pudesse concorrer.
A eleição ocorre no dia 29 de maio, em Zurique. Antes de validar os
nomes, porém, o Comitê de Ética da Fifa promete realizar uma
“verificação da integridade” de cada um dos candidatos.
A questão da corrupção de fato estará no centro dos debates. Acusado
por muitos de ter levado a Fifa a um caos por conta dos escândalos de
compra de votos e a escolha da Copa de 2018 e 2022, Blatter enfrenta seu
momento mais crítico. A oposição quer garantias de que a Fifa será mais
transparente e muitos alegam que não haverá uma reforma na entidade
enquanto Blatter estiver no comando.
Na liderança desse movimento anti-Blatter está Van Praag, presidente
da Federação de Futebol da Holanda e que, em São Paulo em junho de 2014,
lançou o primeiro ataque formal contra o suíço.
Nomes como o do príncipe Ali ou de Luis Figo foram conhecidos apenas
nas últimas semanas, também como uma estratégia para indicar que existem
muitos descontentes com a entidade.
DENÚNCIA
Mas o processo já começou com uma polêmica. O francês Champagne foi
obrigado se retirar do processo por não ter conseguido o apoio de cinco
federações entre as 209 que fazem parte da Fifa. Essa é a regra
estabelecida para que se possa candidatar.
Em uma carta, Champagne acusou os dirigentes de temerem represália
por apoiar um “nome independente” e denunciou a Uefa por estar tentando
transformar a Fifa em um monopólio do futebol europeu. “As instituições
se mobilizaram para eliminar o único candidato independente”, alertou.
Segundo ele, a corrida agora ocorrerá entre nomes que, de fato,
representam outra pessoa. Sem citar o nome, Champagne sugere que os
cartolas na lista oficial de candidatos são representantes de Michel
Platini, presidente da Uefa. “Essa eleição será de candidatos que
lutaram a guerra que outros não querem lutar”, denunciou.
Para ele, a “agenda não tão secreta” dos candidatos hoje aprovados é a
de enfraquecer a Fifa e dar mais poderes para as confederações
continentais. “Isso vai abrir o caminho para que a Europa agarre a
última coisa que eles ainda não tem: a Fifa e o governo do futebol
mundial”, completou.