Após reunião nesta quarta-feira (10) do presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), e outros senadores peemedebistas com a cúpula do
PSDB, o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), informou que os dois
partidos vão “caminhar juntos” em busca de “alternativas” para o país.
A reunião entre peemedebistas e tucanos ocorreu na casa do senador
Tasso Jereissati (PSDB-CE), no mesmo dia em que Renan e outros senadores
do PMDB tomaram café da manhã com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
Na saída da reunião, Eunício e o senador Tasso Jeireissati (PSDB-CE)
informaram que foram debatidos “diversos cenários” para a crise política
do governo Dilma Rousseff, entre os quais o impeachment da petista.
“Não podemos ficar paralisados vendo o país derreter. O PMDB e o PSDB
vão caminhar juntos em busca de solução para o país. Discutimos todos
os cenários possíveis: o impeachment, a cassação da chapa pelo TSE e até
a permanência dela [Dilma]”, disse Eunício Oliveira.
O líder do PMDB disse, ainda, que outros partidos serão procurados
para aderir ao movimento que discutirá os “cenários” possíveis para a
crise. Perguntado se o PT seria chamado a participar, o senador disse:
“Se ele quiser participar…”.
Eunício Oliveira, Renan Calheiros e o senador Romero Jucá (PMDB-RR)
desceram do apartamento de Tasso Jeireissati junto com os senadores
tucanos que participaram da reunião – Aloysio Nunes (PSDB-SP), Aécio
Neves (PSDB-MG) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PE). O presidente do Senado
não quis falar com a imprensa, mas informou que Tasso Jeireissati fora
escolhido para falar em nome de todos sobre a reunião.
“O momento é muito grave, o momento é muito sério e partidos do
tamanho do PSDB e do PMDB não podem ficar omissos. Decidimos que vamos
trabalhar juntos. É fundamental conversarmos para buscar uma saída, uma
solução para essa crise. Do jeito que está não dá para continuar. É essa
a conclusão. E com certeza vamos tentar aglutinar outras forças
políticas”, disse Tasso Jeireissati.
O senador tucano afirmou que várias “alternativas” foram discutidas
com o PMDB, mas destacou que uma decisão sobre o que seria defendido
dependeria da adesão de outros partidos à discussão.
“É essencial aglutinarmos várias forças políticas. Tem outros
partidos que estavam [na base] e que estão percebendo de que é preciso
encontrar uma saída. Estamos indo para o abismo. O que definimos é que
PSDB e PMDB vão trabalhar juntos com o objetivo no curto prazo de
aglutinarmos outras forças e buscar uma solução”, afirmou Jereissati.
Segundo Jereissati, foram discutidos na reunião desta noite cenários
como impeachment e decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre
pedido de cassação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer.
O líder do PMDB confirmou que a fala de Tasso Jereissati corresponde
ao que foi discutido na reunião. “É isso que o Tasso falou. Nós
combinamos que ele falaria, porque é o dono da casa. Quando se combina a
conversa às claras não tem off [quando uma informação é divulgada sem
citar a fonte]”, disse.
Eunício Oliveira defendeu ainda que o Congresso seja “protagonista”
das discussões sobre alternativas para a crise. “Mas não tem definição.
Tem vários cenários, inclusive o cenário com ela [Dilma no poder]”,
afirmou, destacando que não há um acordo para derrubar a presidente
Dilma Rousseff da presidência.
Jean Ganso/G1