De acordo com as investigações, a acusada
conheceu o rapaz há apenas um mês e como a criança havia flagrado os
dois se beijando, o objetivo do crime era omitir o romance “proibido”
dos dois, já que ela é casada com o pai do menino. Maria presenciou o
assassinato de Lucas e ainda teria perguntado a Júnior se ele tinha
certeza de que a criança estava morta; a acusada também teria oferecido
em torno de R$ 1 mil para que o amante cometesse o assassinato.
Segundo a polícia, no dia 27 de maio,
Maria da Conceição e José Júnior colocaram a criança numa moto e a
levaram para uma casa abandonada, na zona rural de Alagoa Nova. No
local, o menino foi estrangulado com as mãos e depois pendurado em uma
janela com um fio amarrado no pescoço. Como o corpo permaneceu por seis
dias naquele lugar, entrou em estado de decomposição avançada e alguns
cachorros que circulavam pelo imóvel passaram a se alimentar do cadáver.
O que os acusados não sabiam é que um
agricultor viu quando o casal chegava ao local do crime junto com a
criança. Ele se tornou a principal testemunha do caso.
Maria da Conceição só fez um boletim de
ocorrência alegando o desaparecimento da criança três dias depois do
assassinato e tentou despistar os policiais levando-os para locais
distantes, além de espalhar cartazes com a foto do filho que, até então,
era tido como desaparecido. O corpo de Lucas só foi achado na última
segunda-feira (3).
De acordo com as informações divulgadas
na entrevista coletiva, a direção do presídio do Serrotão, em Campina
Grande, já emitiu um comunicado afirmando que os dois acusados correm
sérios riscos se forem colocados em celas com outros apenados daquela
unidade e por isso o casal está temporariamente detido na Central de
Polícia até que seja definido o local exato onde os dois vão cumprir
pena por homicídio triplamente qualificado.
O caso
Lucas Pereira da Silva foi tido pela
polícia como desaparecido no dia 28 de maio. A mãe do menino prestou
queixa e estava visivelmente desequilibrada, sem saber explicar com
detalhes toda a situação. Inicialmente, ela disse que saiu com seu filho
e um desconhecido para vender uma moto.
A acusada teria sido vista no sítio, na companhia de um homem e da criança e não soube explicar como o menino sumiu.
A polícia estava trabalhando em duas
linhas de investigação com hipóteses da participação da mãe na morte
próprio filho. Segundo o delegado regional da Polícia Civil em Campina
Grande, Marcos Paulo Vilela, a primeira hipótese investigada era a de
que ela estaria traindo o marido e o menino descobriu o caso; a acusada
teria contratado um homem para matá-lo. A segunda linha de investigação
era de que o suspeito seria o próprio amante.
O delegado chegou a cogitar que a criança teria sido violentada sexualmente antes de ser assassinada
Por Jean Ganso, Com Fato a Fato