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O otimismo das famílias brasileiras com a economia do país cresceu em junho e a dívida média caiu, aponta levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nessa terça (17). Segundo o Índice de Expectativas das Famílias (IEF), medido mensalmente pelo instituto, a confiança no futuro é maior no horizonte de cinco anos e menor para os próximos 12 meses. Em relação à expectativa sobre o mercado de trabalho, embora haja queda na taxa de segurança no emprego, as famílias seguem otimistas, avaliou o Ipea.
O grau de otimismo das famílias em relação à situação socieconômica do país, resultado de cinco dimensões medidas pelo Ipea, aumentou 1,5 ponto percentual, em junho, chegando a 68,5%, ante aos 67% do mês de maio. Em 2010, o índice foi de 64,1% A confiança das famílias em melhores momentos para situação econômica do país no longo prazo também apresentou alta em junho, com 63% das famílias otimistas com o desempenho da economia nos próximos cinco anos. O indicador varia de zero a 100 pontos. Valores entre 60 e 80 pontos, como a pesquisa identificou, demonstram otimismo. Acima de 80, representam grande otimismo. De 40 a 60 pontos, a pesquisa indica moderação; na faixa de 40 a 20, pessimismo, e de 0 a 20 pontos, grande pessimismo.
No entanto, a expectativa das famílias sobre a situação econômica para os próximos 12 meses teve queda de 1,8%. Em junho, o índice ficou em 65%, enquanto em maio foi de 66,8%. Na visão do Ipea, o quesito varia entre a moderação das expectativas e o otimismo em todas as faixas de renda e escolaridade abordadas no estudo. Famílias com renda entre cinco e dez salários mínimos se mostraram as mais otimistas. Em relação à instrução, os menos otimistas são os que não possuem escolaridade e os que possuem o ensino fundamental incompleto. Os mais otimistas são os que possuem ensino superior incompleto.

Situação financeira

Entre as famílias pesquisadas, o Ipea também identificou queda no número de famílias que disseram estar em melhor situaçãofinanceira hoje do que há um ano. Em junho o índice foi de 75,5%, enquanto em maio era de 77,8%. Entretanto, a pesquisa registrou otimismo na expectativa para o próximo ano: 85,3% dos entrevistados afirmaram ter expectativas positivas ante os 84,8% registrados no mês anterior. A espera por melhores momentos só não foi registrada entre as famílias que ganham entre quatro e cinco salários mínimos.
Já em relação à expectativa de consumo houve queda de 0,4 ponto no número de famílias que acreditam que agora é um bom momento para adquirir bens de consumo. Em junho, o índice foi de 60,2%. Na outra ponta, 35,3% das pessoas ouvidas pelo Ipea avaliam que agora não é o momento ideal para comprar bens de consumo, mas o número também vem caindo.
Das famílias ouvidas 53% afirmaram não ter dívidas em junho, 0,5% abaixo do registrado em maio, mas o valor médio das dívidas também caiu, passando de R$ 5.580,69 – maior patamar de endividamento médio da série, registrado em abril – para R$ 4.943,88. O valor, embora menor, ainda é considerado alto pelo Ipea.

Mercado de trabalho

A expectativa das famílias sobre o mercado de trabalho “segue otimista”. “A taxa de segurança permanece em um nível bastante elevado”, apontou o Ipea. No entanto, o levantamento indica que houve queda nas expectativas da segurança do responsável pelo domicílio no seu emprego. Em maio, a segurança era de 82,8%, caindo para 80,2% em junho. A segurança dos demais membros da família em suas ocupações também apresentou retração, passando de 79% em maio para 73,8% em junho.
A pesquisa que identifica o Índice de Expectativas das Famílias é realizada em 3.810 domicílios em mais de 200 municípios em todas as unidades da federação. O resultado leva em conta a expectativa sobre a situação econômica nacional, a percepção sobre a condição financeira passada e a expectativa sobre a condição futura, a expectativa sobre decisões de consumo, a expectativa sobre o endividamento e condições de quitação de dívidas e contas atrasadas e a expectativa sobre o mercado de trabalho, especialmente nos quesitos segurança.
Por Jean Ganso,com Rede Brasil Atual
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