Fila de pacientes que esperam por uma cirurgia na unidade ultrapassou a marca de mil pessoas, conforme o Ministério Público.
Um problema antigo, mas que tem se agravado no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), tem preocupado autoridades que fazem a fiscalização e o acompanhamento da área de saúde em Campina Grande e provocado medo e revolta para quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS). A fila de pacientes que esperam por uma cirurgia na unidade ultrapassou a marca de mil pessoas, conforme o Ministério Público.
O levantamento foi feito por médicos residentes do hospital, que enviaram uma relação ao órgão contendo 986 procedimentos que estão agendados, mas não foram realizados, em várias especialidades. “O número cresce a cada dia. Com certeza temos mais de mil casos nessa situação”, contou o promotor da saúde, Herbert Targino. Entre as especialidades mais afetadas e com maior demanda estão as cirurgias pediátricas, cirurgias gerais, de oncologia, próstata e pescoço.
A fila para os procedimentos começou a aumentar, conforme um abaixo assinado encaminhado por médicos residentes do hospital, em setembro de 2011, quando começaram as obras de reforma do centro cirúrgico do HUAC. A previsão é de que os serviços sejam concluídos somente em julho, conforme a direção do hospital.
Diante do problema, Herbert Targino solicitou informações da direção da unidade e a contratação de salas em outras unidades hospitalares, para a realização das cirurgias. “O hospital havia contratado uma sala do Pedro I, mas os médicos dizem que o local não oferece condições de trabalho”, observou o promotor, acrescentando que mensalmente são repassados R$ 600 mil para a unidade, para a realização dos procedimentos e atendimentos.
A diretora geral do HUAC, Berenice Ferreira Ramos, informou que ainda não foi notificada sobre a determinação do Ministério Público. Ela adiantou que a administração não poderá contratar, em 72 horas, novas salas de cirurgia especializadas e todas as cirurgias do hospital foram suspensas.
Por Jean Ganso