Quando, no ano passado, os autores do estudo começaram a analisar os dados coletados, eles já suspeitavam que o consumo frequente e moderado de chocolate poderia ter a capacidade de neutralizar as calorias desse alimento tão adorado quanto temido. Segundo a premissa dos pesquisadores, os benefícios metabólicos do chocolate poderiam levar a uma menor deposição de gordura por caloria, contrabalançando as calorias ingeridas.
Ao consumir calorias, o corpo decide se vai depositá-las como gordura ou não. É por isso que duas pessoas com a mesma altura podem seguir uma dieta idêntica, mas não necessariamente ganhar peso da mesma forma. "Há uma variedade de fatores metabólicos que influenciam a probabilidade de as calorias serem depositadas como gordura. Meu estudo sugere que o chocolate pode, de fato, ter um impacto favorável sobre esses fatores", diz Beatrice Golomb, médica e principal autora do estudo.
Os resultados do estudo foram além das expectativas dos pesquisadores, trazendo notícias que podem tornar a vida dos amantes do chocolate ainda mais doce. O consumo de chocolate dos participantes do estudo variava de nenhuma a 20 vezes por semana. Os participantes que comiam chocolate pelo menos cinco vezes por semana apresentavam um IMC um ponto mais baixo que aqueles que não incluiam o alimento na sua dieta ou o consumiam com menos frequência.
"Esperava que a caloria do chocolate fosse neutralizada e que quem consumisse chocolate mais vezes tivesse peso semelhante ao das pessoas que não o consumissem ou o consumissem menos, mas não esperava que o IMC das pessoas que comem o alimento com mais frequência fosse mais baixo. Foi uma boa supresa", afirma Golom.
A pesquisa incluiu homens e mulheres ¿ com uma idade média de 57 anos - com níveis de atividade semanal e consumo total de calorias diárias diferentes. Apesar das diferenças no estilo de vida dos participantes, os resultados favoráveis do consumo de chocolate foram observados em todos os que contavam com o alimento na sua dieta semanal. A quantidade ingerida de chocolate não foi relacionada ao IMC, mas a porção média consumida foi de 28 gramas. O tipo de chocolate e a forma pela qual esse foi consumido (em espécie, confeitos ou sobremesas) não impactou os resultados. O chocolate branco, no entanto, não foi considerado no estudo.
Super alimento
Diversos estudos já demonstraram as associações metabólicas favoráveis do chocolate, por ser rico em fitonutrientes antioxidantes, como a catequina, em relação a pressão arterial alta e a sensibilidade à insulina . O chocolate também pode contribuir de forma positiva com os níveis de colesterol, além de ter o poder de combater a cárie.
Por Jean Ganso,Com maisPB