Na Paraíba, todo dia, mais de dois bebês morrem antes de completar um ano de vida.
Nos últimos 10 anos, esse número ultrapassou os 12,4 mil casos, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES).
Na maioria dos casos, as crianças não conseguem sobreviver ao primeiro mês: somente no ano passado, 593 mortes foram registradas nesta situação em todo o Estado.
Preocupada com essa situação, a Secretaria de Saúde de Campina Grande lança amanhã a ‘Semana do Bebê’ com o objetivo de alertar para os cuidados relacionados à primeira infância.
No ano passado, a maioria dos casos de mortes infantis se concentrou nas cidades de João Pessoa (143 casos), Campina Grande (95) e Bayeux (25).
Um dos desafios do evento ‘Semana do Bebê’, que acontece a partir das 8h30 de amanhã, no Parque da Criança, em Campina, é alertar para a importância da realização de exames de pré-natal e o acompanhamento pediátrico das crianças.
Entre os serviços que serão oferecidos estão o ‘Saúde Itinerante’, onde serão realizados cadastros para o Cartão do Serviço único de Saúde (SUS), realização do teste rápido de HIV, serviços gratuitos de fisioterapia, emissão de certidão de nascimento, teste do ‘Olhinho’, teste do ‘Pezinho’ e distribuição de lanches.
Além disso, o evento contará com espaços de entretenimento com o grupo ‘Doutores da Brincadeira’.
A secretária de Saúde de Campina Grande, Tatiana Medeiros, informou que a falta desses acompanhamentos iniciais pode acarretar em prejuízos para a saúde na primeira infância.
“Queremos mobilizar toda a sociedade para os cuidados com os bebês e crianças na primeira infância. Será uma semana inteira voltada para chamar a atenção aos cuidados que vão desde o pré-natal, quanto os cuidados no parto, na alimentação, amamentação e realização de exames”, disse.
A programação da ‘Semana do Bebê’ inclui ainda a realização de concursos e a inauguração do Espaço Mãe Canguru, que será feito a partir das 9h da segunda-feira no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA).
Complicação no parto
De acordo com o médico Pediatra Flaubert Cruz, as mortes ‘neonatais’, registradas em bebês com menos de 7 dias de nascido, tem quatro causas principais.
“Primeiro, as complicações no parto, depois as infecções congênitas, ou seja, aquelas que a mãe passa para a criança (toxoplasmose, rubéola, sarampo e sífilis, por exemplo), a terceira causa seria a prematuridade, além das más formações congênitas, sobretudo as cardíacas”, explicou.
Segundo ele, a falta de UTIs neonatais em quantidades suficientes ainda é um problema enfrentado em Campina Grande. “Só temos dois leitos no Hospital Universitário, 10 no ISEA e na Clipsi.
O problema é que esses centros atendem toda a demanda da cidade além de outros municípios da região”, informou.
O pediatra destacou a inda a importância da realização dos exames ‘Pré-natal’. “Logo que a gravidez é diagnosticada, o pré-natal tem que ser feito.
A melhor saída é a qualificação do pré-natal e o acesso às mãe em consultas especializas com obstetras. Se uma mãe já tem o histórico de filhos com má formação, precisa passar por exames especializados”, disse.