A Operação Lava Jato, que começou em março de 2014 e investiga um
esquema bilionário de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, chegou à
24ª fase nesta sexta-feira (4). Segundo a Polícia Federal (PF), a
operação ocorre na casa do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, em São
Bernardo do Campo, e em outros pontos em São Paulo, no Rio de Janeiro e
na Bahia.
O ex-presidente é alvo de um dos mandados de condução coercitiva e
será obrigado a prestar esclarecimentos, segundo a Polícia Federal. O
presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, também é alvo de outro
mandado de condução.
A ação foi batizada de “Aletheia” e é uma referência a uma expressão grega que significa “busca da verdade”.
Ao todo, foram expedidos 44 mandados judiciais, sendo 33 de busca e
apreensão e 11 de condução coercitiva – quando a pessoa é obrigada a
prestar depoimento.
De acordo com a PF, entre os crimes investigados nesta etapa estão
corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros praticados por diversas
pessoas no contexto de esquema criminoso revelado e relacionado à
Petrobras.
No dia 29 de fevereiro, o procurador da República Deltan Dallagnol
enviou uma manifestação à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal
Federal (STF), defendendo que uma investigação em curso sobre
propriedades atribuídas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja
mantida dentro da Operação Lava Jato, a cargo do Ministério Público
Federal no Paraná.
Coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, Dallagnol
destacou que possíveis vantagens supostamente recebidas por Lula de
empreiteiras teriam sido repassadas durante o mandato presidencial do
petista.
O ofício é uma resposta a um pedido feito no dia 26 de fevereiro pelo
petista para suspender a investigação sobre reformas num apartamento no
Guarujá (SP) e num sítio em Atibaia (SP), que teriam sido feitas em
favor da família do petista por construtoras investigadas no escândalo
da Petrobras.
Outro argumento para manter as investigações sobre Lula na Lava Jato é
o envolvimento do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do
ex-presidente; bem como de executivos da Odebrecht e da OAS, “todos
investigados e muitos dos quais já denunciados no esquema de corrupção
que assolou a Petrobras”, conforme Dallagnol. Bumlai foi preso na 21ª
fase da operação e está detido no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na
Grande Curitiba.
23ª fase
A 23ª fase, batizada de Acarajé, foi deflagrada no dia 22 de fevereiro e prendeu o marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana, além de mulher dele Monica Moura. Os dois são suspeitos de receber US$ 7,5 milhões em conta secreta no exterior.
Ele é publicitário e foi marqueteiro das campanhas da presidente
Dilma Rousseff (PT) e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), em 2006.
Acarajé era o nome usado pelos suspeitos para se referirem ao
dinheiro irregular. A PF suspeita que os recursos tenham origem no
esquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato. Uma
das principais linhas de investigação são os repasses feitos pela
Odebrecht ao marqueteiro.
A pedido da PF e do MPF, o juiz federal Sérgio Moro, responsável
pelos processos da Operação Lava Jato na 1ª instância, decidiu converter
a prisão temporária do casal para preventiva. Com isso, eles ficarão
presos por tempo indeterminado.
Do G1
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