O Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo que investiga a
suspeita de crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica
relacionados ao tríplex 164-A do Edifício Solaris, no Guarujá (SP). As
informações são do O Globo.
Na denúncia divulgada nesta quinta-feira, os promotores Cássio
Conserino, José Carlos Blat e Fernando Araújo escreveram ser
“imprescindível o decreto da prisão preventiva, em razão da conveniência
da instrução criminal” e por entenderem que o ex-presidente poderá
“movimentar sua ‘rede’ violenta de apoio, para evitar que o processo
crime que se inicia tenha seu curso natural”.
Além de Lula, os promotores pediram a prisão do ex-presidente da OAS,
José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, do ex-presidente da Bancoop,
João Vaccari Neto, e de outras quatro pessoas investigadas na ação da
Bancoop.
A acusação foi protocolada na noite de quarta-feira no Fórum Criminal
da Barra Funda, em São Paulo. Os promotores sustentam que Lula tentou
ocultar a propriedade do imóvel, que oficialmente está registrado em
nome da empreiteira OAS. O ex-presidente nega ter adquirido o
apartamento.
Na peça, os autores da denúncia citam a “probabilidade evidente de
ameaças a vítimas e testemunhas e prejuízo na produção das demais provas
do caso”. Dizem acreditar ser “amplamente provadas manobras violentas”
de Lula e de seus apoiadores, “com defesa pública e apoio até mesmo da
presidente da República, medidas que somente tem por objetivo blindar o
denunciado”, de acordo com o texto.
Nesta quinta-feira, os autores da denúncia contra Lula negaram em
entrevista coletiva que o oferecimento da denúncia tenha motivação
política. Lula foi denunciado por lavagem de dinheiro e falsidade
ideológica. Caso haja condenação, as penas para os dois crimes somadas
variam de 4 a 13 anos de prisão.