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A Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) confirmou a morte em um ataque de drone de seu líder, Naser al-Wahishi, um carismático veterano jihadista e ex-sócio de Osama bin Laden, em um vídeo divulgado nesta terça-feira (16).

“Wahishi morreu em um ataque de drone americano contra ele, ao lado de outros dois mujahedines”, afirma um integrante da Al-Qaeda no vídeo publicado no YouTube pelo Al-Malahem, o serviço de propaganda do grupo jihadista.

“A morte de Al-Wahishi elimina do campo de batalha um experiente líder terrorista e nos deixa mais próximos de enfraquecer e, em última instância, de derrotar a esses grupos”, afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Ned Price.

O chefe militar da AQPA, Qasim al-Rimi, foi anunciado como o novo líder em uma reunião de dirigentes do grupo, segundo a mesma fonte.

A AQPA nasceu da fusão dos grupos Al-Qaeda do Iêmen e da Arábia Saudita. O governo dos Estados Unidos a considera o braço mais perigoso da Al-Qaeda.

Muitos integrantes do grupo morreram em ataques de drones americanos nos últimos anos.

A morte de Naser al-Wahishi, cujo grupo reivindicou o atentado contra a redação do Charlie Hebdo em Paris em janeiro, havia sido anunciada pela imprensa internacional. O grupo também orquestrou um número de ataques espetaculares dentro do Iêmen nos últimos anos, mirando em ministérios do governo, acampamentos militares e soldados, nos quais centenas de pessoas foram mortas.

De acordo com o canal CNN, que citou duas fontes do Departamento de Segurança Nacional do Iêmen, Naser al-Wahishi, considerado o número dois da Al-Qaeda, morreu no dia 12 de junho na região de Hadramut, ao leste de Áden.

Em 2013 ele foi designado adjunto do líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri.

Uma fonte iemenita afirmou à agência de notícias France Presse que Wahishi provavelmente morreu em um ataque em Mukalla, na região sudeste do Iêmen, e que o corpo estaria em um necrotério local, protegido por rígidas medidas de segurança.

A morte do líder é uma importante perda para a rede Al-Qaeda, que luta para competir com o grupo radical Estado Islâmico pelo controle da jihad mundial.

Histórico

Wahishi, um dos estrategistas da AQPA, apareceu em vários vídeos do grupo. Em um deles, divulgado em 14 de janeiro, reivindicou o ataque à redação da revista de humor Charlie-Hebdo para “vingar” Maomé, objeto de caricaturas em várias ocasiões pelos chargistas da publicação satírica.

O ataque, executado pelos irmãos Kouachi, matou vários desenhistas e jornalistas da revista.

Em abril, a Al-Qaeda anunciou a morte de um de seus ideólogos, Ibrahim al-Rubaish, também assassinado por um drone americano.

O saudita era conhecido pelos discursos hostis ao Ocidente, particularmente contra Estados Unidos e França.

Nos últimos anos, desde 2011, a AQPA aproveitou a fragilidade do poder central consecutivo à insurreição popular que forçou a renúncia do presidente Ali Abdallah Saleh, para reforçar sua presença no Iêmen.

Em abril, as forças da AQPA, favorecidas pela guerra entre os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, e os partidários do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, tomaram o controle da cidade de Mukalla.

A AQPA não participa nas consultas sobre o Iêmen patrocinadas pela ONU, que acontecem atualmente em Genebra.

G1
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