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O projeto já foi aprovado pelo Iphan, mas vai passar por readequações técnicas para que possibilite o melhor aproveitamento do espaço

Um lugar cheio de mistérios e com desenhos feitos em um período desconhecido da civilização humana. Essa é a Itacoatiara do município de Ingá, no Agreste paraibano, a 97 km de João Pessoa. O local conta com diversas inscrições rupestres entalhadas em rocha e é o sítio arqueológico mais visitado do Brasil, porém pouco conhecido pelos paraibanos.

O termo Itacoatiaras vem da língua tupi e significa pedra riscada ou pintada. A Itacoatiara de Ingá foi tombada em novembro de 1944 como monumento nacional pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A área das Itacoatiaras possui três painéis onde estão localizadas inscrições rupestres compostas por desenhos que remetem a figuras de animais, frutos, seres humanos e constelações estelares, como a de Órion, que também é retratada por outras civilizações antigas, como os astecas e os egípcios.

O painel vertical, o maior deles, tem área de 46 metros de extensão por 3,8 metros de altura e concentra boa parte da totalidade das inscrições, com desenhos relativamente grandes e com profundidade superior aos demais.

O painel inferior cobre uma área de 2,5 m² e possui as inscrições que se assemelham a estrelas e constelações.

Já o painel superior, possui poucas inscrições rupestres, em comparação aos demais. A figura de mais destaque é um círculo em forma de espiral com uma seta apontando para o poente.

Além dos painéis, outras rochas também possuem desenhos espalhados e com menos detalhes, as chamadas inscrições marginais, que as encontradas nos painéis.

Para se chegar as Itacoatiaras de Ingá, deve-se percorrer a BR-230 para chegar a um acesso de entrada para a rodovia PB-090. Por essa rodovia, o turista percorrer um caminho de 4,5 km até chegar ao município de Ingá. As Itacoatiaras ficam cerca de 5 km do Centro da cidade.

Projeto prevê a revitalização do local

Um projeto do governo do Estado propôs ações de reestruturação de estruturas turísticas locais e a construção de um prédio para recepcionar e acolher melhor os turistas.

De acordo com o secretário executivo de Turismo da Paraíba, Ivan Burity, um grupo de secretários e estudiosos realizaram uma recente visita as Itacoatiaras para conhecer a o local. “Nós vamos utilizar o projeto arquitetônico do modo mais inteligente possível para que seja erguida uma estrutura que contemple, minimamente, locais para auditório, refeições e sala para aulas”, disse o secretário.

O projeto já foi aprovado pelo Iphan, mas vai passar por readequações técnicas para que possibilite o melhor aproveitamento do espaço local, que deve passar pelo processo de lavramento da escritura e a efetiva desapropriação das ocupações irregulares na área.

“O projeto requer todo um cuidado de natureza ambiental e paleontológica, porque as Itacoatiaras estão cercadas de achados arqueológicos e patrimônio ambiental. O Estado está desapropriando esses 42 hectares para que a Unidade de Conservação permanente seja efetivamente constituída”, explicou o Ivan Burity.

Além da construção de infraestrutura, as Itacoatiaras também devem receber turistas vindos a bordo do ‘Trem das Itacoatiaras’, que deve sair de Campina Grande indo até Ingá, para promover o turismo regularmente. “Iremos desenvolver um roteiro de turismo ferroviário, entre Campina Grande e Ingá, preferencialmente aos domingos, cujo fluxo vai dar sustentabilidade ao turismo no Parque”, concluiu.
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