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“Mãe, eu já sou mulher”, disse uma jovem de 25 anos, com paraplegia e dificuldades para falar, à sua mãe. Segundo a família, ela foi vítima de seu próprio primo, de 35 anos, que a levou para sua casa e cometeu o abuso. O crime teria acontecido há pelo menos um mês no Sítio da Bonita, zona rural de Araçagi, Microrregião de Guarabira. O acusado está foragido.

A mãe da jovem, que vamos preservar a identidade, contou ao Nordeste1 que o acusado Leonardo Estevam dos Santos, conhecido como Léo, passou a se interessar em levar a prima portadora de necessidades especiais ao culto, numa comunidade evangélica da localidade, sempre com a promessa de que a mesma ficaria curada.

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A mãe da jovem denunciou o caso a Polícia. (Foto: Joab Freire)
Segundo a mãe da jovem, Léo pedia a um taxista para transportar a jovem até a igreja.“Ele veio buscar ela muitas vezes para ir para igreja, dizia: vai ficar boa das pernas, vai sair dessa cadeira; ele dizia, e eu confiando”, disse.
A jovem sofreu um acidente aos 12 anos, quando uma pilastra caiu sobre sua cabeça. Desde então ela não anda e teve suas pernas atrofiadas. Ela também tem dificuldade de falar.

Ainda segundo a senhora, num domingo o primo pediu que o taxista Joseilson Lima dos Santos, conhecido como Espoleta, buscasse a jovem para ir ao culto, mas pediu, em seguida, que ele a levasse para sua casa. Estranhando o horário, a senhora resolveu ir até a casa do taxista que informou que o verdadeiro destino da filha havia sido a casa de Léo. “Eu disse: oxe, tu não levou minha filha não? Ele disse: não, Léo mandou eu deixar ela na casa dele”, explicou.
A partir desta informação, a mãe da jovem foi com o taxista até a casa do acusado e questionando sobre o fato, Léo disse que só levaria a jovem de volta à tarde. Ela contou que se irritou com ele e disse que a traria de volta naquele instante e mais uma vez, o homem disse que a prima só iria se quisesse.

A mãe contou que a filha mudou complemente seu comportamento quando chegou em casa e, após alguns dias, sem querer comer e conversar, ela confessou a mãe que já “era mulher” dele.

ABUSO ACONTECEU DUAS VEZES

O taxista Espoleta também falou ao Nordeste1 que Léo pediu pra levar a jovem até sua casa, mas negou que sabia suas intenções.  Ele e o acusado são vizinhos, mas declarou que só estranhou a situação quando a mãe da jovem chegou até sua casa procurando saber para onde ele a tinha levado.

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A mãe do suspeito disse que os primos eram namoradores.
A jovem disse que Léo teria abusado dela por duas vezes, contudo o taxista afirmou que só a levou para casa dele uma vez.

“ELE ERA APAIXONADO POR ELA”, DIZ MÃE DO ACUSADO
Leonardo é filho da irmã do falecido pai da jovem, a mãe dele, agricultura Maria de Lourdes dos Santos, 54 anos, disse ao Nordeste1 que os primos tiveram um caso e negou que seu filho estuprou a jovem. “Eu tenho certeza que nunca iria fazer isso não. Ele me falou: Mãe eu não fiz isso com ela, eu tive caso com ela normalmente”.

Maria de Lourdes disse que o filho estava disposto a casar com a prima. “Casar e assumir, que ele me garantiu, mesmo sendo deficiente, e se ela fosse morar mais ele eu iria ajudar, pra levar pra doutor, pra João Pessoa, ela não iria sofrer”, disse.  “Com toda a certeza ele iria cuidar dela, ele é apaixonado por ela e ela por ele”.

INQUÉRITO

O comissário da Polícia Civil Tarcisio Norberto esteve nesta segunda-feira (13) na casa da mãe de Leonardo. Ele contou ao Nordeste1 que a mãe da jovem denunciou o caso da delegacia de Araçagi. Foi solicitado o acompanhamento de uma assistente social, uma psicóloga e uma fonoaudióloga para auxiliar na compreensão do depoimento da jovem.

“Trata-se de uma pessoa que você não entende o que ela fala, ela ficava calada, mas com muito esforço nós conseguimos colher as declarações que ela fez”, explicou o agente.

Ela foi encaminhada para o Instituto de Polícia Científica (IPC) para fazer o exame sexológico. O resultado do exame deve comprovar se houve ou não o abuso.

Para a polícia Léo ainda é suspeito. Duas intimações foram feitas para que o mesmo comparecesse a delegacia para prestar esclarecimentos, contudo o jovem não se apresentou. “Temos o prazo de 30 dias para a conclusão do inquérito, como ele não compareceu, fizemos a qualificação indireta através da genitora, e vamos juntar nos autos, e será pedida a Justiça a prisão dele”, explicou Tarcísio.

Joab Freire do Nordeste1 com colaboração de Feliciano Silva
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