Pode-se dizer com convicção: quanto melhor e mais cedo o diabetes for
tratado, menos efeitos ele terá sobre o corpo. Caso o diabetes seja muito bem controlado, é bem possível que nenhum efeito negativo seja sentido!
Porém, uma administração relaxada ou tardia da doença acarreta
conseqüências bastante sérias. Elas costumam aparecer a longo prazo,
gerando grandes danos. Vasos sangüíneos e nervos são alvos primários,
porém o organismo inteiro pode sentir os efeitos do diabetes.
Os efeitos danosos de longo prazo do diabetes são conhecidos como complicações do diabetes.
Caso uma pessoa com diabetes controle com cuidado sua glicemia, nível
de colesterol e pressão sangüínea, ela pode escapar destas complicações
sem maiores problemas. Outros fatores que ajudam a fugir das
complicações diabéticas são: evitar fumar e beber álcool em demasia,
praticar exercícios físicos regularmente e adotar uma dieta saudável.
Vejamos agora alguns conhecidos e comuns efeitos do diabetes mal cuidado em alguns órgãos do corpo.
QUAIS SÃO OS EFEITOS DO DIABETES NOS OLHOS?
O efeito mais comum do diabetes nos olhos é a retinopatia diabética.
A retinopatia é uma doença séria que, quando não tratada, pode levar à
cegueira ou descolamento da retina. Ela acontece devido a danos nos
vasos sangüíneos próximos à retina (daí o nome da doença), que incham e
extravasam sangue. O diabetes, com suas altas taxas de açúcar na
corrente sangüínea, e a pressão alta são fatores de risco para que a
retinopatia ocorra.
Em termos um pouquinho mais detalhados: a retinopatia diabética atinge a retina, que é a região inteira dos olhos que percebe a luz, e a mácula, uma pequena porção central da retina essencial à visão nítida. Existem dois estágios da retinopatia. No primeiro, chamado de não-proliferativo,
o maior problema é o edema macular. Isto ocorre quando vasos sangüíneos
da região começam a apresentar porções mais “fracas”, nas quais há
vazamento de sangue, resultando em uma visão embaçada (como mostra a figura acima). No segundo estágio, chamado de retinopatia diabética proliferativa,
o maior risco é o de perda severa de visão. Ela decorre de vasos
sangüíneos anormais que crescem na retina e podem encher o olho de
sangue, formar tecido cicatricial e estimular o seu deslocamento.
É fundamental que quem tenha diabetes controle cuidadosamente sua
taxa de açúcar no sangue, e também sua pressão. A retinopatia é uma
doença de avanço lento, então ela geralmente ocorre em pessoas com
diabetes que passaram vários anos não tratando direito da sua saúde.
Tanto isto é verdade que os risco de adquirir a doença são de 5% se a
pessoa for diabética há até 3 anos, e pulam para 80% em quem tem
diabetes há mais de 15 anos. Todavia, quando a glicemia é tratada de
maneira extremamente cuidadosa e intensa, os riscos de desenvolver
retinopatia caem até 76%!
Os sintomas aos quais deve-se atentar são:
- Visão embaçada
- Dores nos olhos
- Perda de visão
- Perda de visão noturna
- Visão dupla
- Mudanças repentinas na visão
- Enxergar pontos negros
Caso acredite ter algum destes sintomas, não deixe de consultar o oftalmologista em breve!
Quais são as outras complicações oculares do diabetes?
Além da retinopatia, quem está com diabetes e não se cuida corretamente é mais propenso a adquirir outras duas condições nos olhos: a catarata e o glaucoma.
A catarata é o “embaçamento” da lente ocular, o que impede a luz de chegar corretamente ao fundo dos olhos. Com isso, a visão fica embaçada e perde a nitidez. Diabéticos são 60% mais propensos a desenvolver a doença, e isto costuma acontecer mais cedo durante a vida do que o normal. Quanto ao glaucoma, diabéticos têm risco 40% maior de contrair a doença – e uma forma mais severa dela, chamada “glaucoma neovascular”, também é mais encontrado neste grupo. O glaucoma é caracterizado por danos ao nervo óptico, decorrentes do aumento na pressão de fluidos intraoculares.
Além da retinopatia, quem está com diabetes e não se cuida corretamente é mais propenso a adquirir outras duas condições nos olhos: a catarata e o glaucoma.
A catarata é o “embaçamento” da lente ocular, o que impede a luz de chegar corretamente ao fundo dos olhos. Com isso, a visão fica embaçada e perde a nitidez. Diabéticos são 60% mais propensos a desenvolver a doença, e isto costuma acontecer mais cedo durante a vida do que o normal. Quanto ao glaucoma, diabéticos têm risco 40% maior de contrair a doença – e uma forma mais severa dela, chamada “glaucoma neovascular”, também é mais encontrado neste grupo. O glaucoma é caracterizado por danos ao nervo óptico, decorrentes do aumento na pressão de fluidos intraoculares.
QUAIS SÃO OS EFEITOS DO DIABETES NOS RINS?
O efeito mais comum do diabetes nos rins é a nefropatia diabética.
Apesar do nome feio, este é um termo genérico para a deteriorização
do funcionamento normal dos rins. Ao longo do tempo, cerca de 40% dos
diabéticos terão um probleminha ou outro com seus rins, e portanto
estarão com nefropatia.
Se não for bem cuidada, a nefropatia pode acabar em falência renal, e
então não há opção a não ser realizar um transplante ou diálises
constantes. A boa notícia é que demora cerca de 20 anos para que uma
nefropatia evolua até a falência renal, o que fornece bastante tempo
para se identificar e tratar a doença!
A causa da nefropatia é, basicamente, hipertensão (ou pressão alta).
Diabéticos são mais propensos a serem hipertensos, então para eles é
fundamental checar e controlar sempre a pressão sangüínea, além de serem
super cuidadosos com a administração do diabetes em si.
Uma complicação chata das nefropatias é que os sintomas costumam
aparecer tarde demais, quando a doença já está em estágio avançado. Por
isso, é recomendado que diabéticos façam exames uma vez por ano para
checar a quantas anda seus rins. Basta um simples exame de urina para
detectar nefropatias. De qualquer maneira, os sintomas mais comuns são:
- Inchaço dos membros inferiores (tornozelos, pés, pernas) e das mãos, por causa da retenção de água
- Falta de ar ao realizar atividades corriqueiras, como subir uma escada
- Urina mais escura que o normal, devido a sangue
- Cansaço
- Náusea e vômitos
QUAIS SÃO OS EFEITOS DO DIABETES NOS NERVOS?
O efeito mais comum do diabetes nos nervos é a neuropatia diabética.
Este é mais um nome estranho, mas que significa simplesmente “dano
nos nervos”. Os nervos são como cabos de energia no nosso corpo, levando
sinais elétricos de uma parte à outra. Inclusive, quando sentimos dor,
são os nervos que transmitem esta informação até o cérebro. Portanto,
neuropatias costumam ser bastante dolorosas.
Os danos nos nervos ocorrem em diabéticos que constantemente deixam a
taxa de açúcar no sangue atingir níveis muito altos. A glicemia elevada
danifica os vasos sangüíneos que nutrem os nervos, e, como
conseqüência, os próprios nervos são afetados.
Felizmente, existem bons tratamentos hoje em dia para neuropatias.
Além de medicações, recomenda-se adotar hábitos saudáveis de vida, como
deixar o cigarro e o álcool. E, claro, redobrar os cuidados com o
controle da glicemia.
Os danos nos nervos são, geralmente, observados primeiro nas
extremidades do corpo, como pés e mãos. Por isso, recomenda-se um exame
cuidadoso dos pés anualmente, para verificar tanto problemas de
circulação quanto nos nervos, além de complicações do pé diabético.
E quais seriam os sintomas de que os nervos não estão em boas condições?
- Falta de sensibilidade, ou formigamento, nas mãos e pés
- Suor excessivo
- Sensação de queimadura em alguma região do corpo
- Dores fortes, espasmódicas, em certas regiões
- Falta de estímulo nos órgãos sexuais
QUAIS SÃO OS EFEITOS DO DIABETES NO CORAÇÃO?
Como vimos, o diabetes anda juntinho com outros dois problemas de
saúde: a pressão alta e o colesterol alto. Estes dois, por sua vez, não
se dão bem com o nosso coração, e aumentam muito as chances de doenças
coronárias e de ataques cardíacos.
Pressão e colesterol altos são também fatores de risco para derrames,
então quem está com diabetes deve ter atenção redobrada quanto ao
controle da sua saúde.
Apesar de serem problemas sérios, tanto a pressão alta quanto o
colesterol alto podem ser administrados. Basta acompanhar seria e
diligentemente as recomendações médicas!
QUAIS SÃO OS EFEITOS DO DIABETES NO ESTÔMAGO?
Algumas reclamações muito comuns entre diabéticos são a falta de
apetite, dificuldade de ir ao banheiro, ou então que o estômago “não
está funcionando direito”. Haveria realmente uma influência do diabetes
na digestão ou seriam esses efeitos colaterais das medicações?
A resposta é que são as duas coisas! O diabetes, quando não tratado,
pode vir a danificar nervos e vasos sangüíneos. Quando nervos do nosso
trato digestivo são afetados, isso pode, sim, levar a náuseas,
constipação ou até mesmo diarréia. Problemas estomacais são geralmente
causados por alguns remédios de controle do diabetes tipo 2. A boa
notícia é que os efeitos negativos somem assim que o corpo se acostuma
com os medicamentos, então é bom ter um pouquinho de paciência e
conversar bastante com o médico!
QUAIS SÃO OS EFEITOS DO DIABETES NA PELE?
A pele é o maior órgão do corpo humano. É
um tecido complexo, que precisa constantemente de nutrição pelos vasos
sangüíneos. São esses vasos também que, além de nutrir a pele, vão
ajudá-la a defender nosso corpo. Isso porque a pele é o meio de contato
entre o interior do organismo e o meio externo – muitas bactérias e
fungos, por exemplo, que adorariam viver dentro de nós, são barrados
pela pele. Os vasos sangüíneos funcionam, nesses casos, como rodovias
através das quais as células de defesa do corpo alcançam o local da pele
onde uma infecção está se iniciando e destróem os invasores.
Imagine então o que acontece se esses vasos sangüíneos estiverem danificados…
É o que pode acontecer em casos de diabetes não tratado corretamente.
Danos nos vasos sangüíneos prejudicam suas funções em relação à pele.
Daí, ela fica mais seca, menos vistosa, infecções de fungos e bactérias
tornam-se mais comuns e machucados e queimaduras demoram muito mais para
sarar. Além disso, neuropatias só complicam o quadro descrito, levando,
por exemplo, à falta de sensibilidade na pele de alguns membros, como
os pés.