Confirmada circulação do Tipo 4 da dengue na Paraíba
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou a presença do vírus tipo 4 da dengue nos municípios de João Pessoa e Cajazeiras, por meio do isolamento viral da doença, método mais específico para determinação do arbovírus (vírus essencialmente transmitido por artrópodes, como os mosquitos) responsável pela infecção. A coleta de amostra deve ser feita até o quinto dia do início dos sintomas.
A gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES, Talita Tavares, explicou que, desde o ano passado, o isolamento do tipo 4 da dengue foi realizado em vários municípios. Este ano, nos meses de março e abril foram enviadas mais de 80 amostras e com resultado positivo em quatro para o vírus tipo 4 da dengue nos municípios de João Pessoa e Cajazeiras.
De acordo com o boletim epidemiológico, de 1º de janeiro a 4 de maio desse ano, foram notificados 4.876 casos suspeitos de dengue na Paraíba, com 1.472 casos confirmados para dengue clássica e 432 descartados. No comparativo com o número de notificações em igual período de 2012, houve um aumento de 23,66%. No ano passado, foram registrados 3.943 casos da doença.
Visitas – O secretário de Estado da Saúde, Waldson Dias de Souza, afirmou que o Governo do Estado reestruturou toda a rede de saúde e montou uma agenda de trabalho que está sendo executada em toda a Paraíba para a implantação de ações de prevenção e combate à dengue. “Precisamos nos unir e intensificar as nossas ações com vistas a redução dos casos da doença em nosso Estado, pois o controle e o combate à dengue é um trabalho de todos”, afirmou.
Para isso, serão realizadas visitas às Gerências Regionais de Saúde no período de 3 junho a 5 de julho. Nesses encontros, que vão contar com a participação de todos os municípios, será feito um alinhamento das informações técnicas para definição dos fluxos, qualificação dos sistemas de informação, multiplicação e apoio à implantação de estratégias de monitoramento da infestação do vetor, dentre outros temas. Também será discutida a multiplicação e monitoramento do manejo clínico da dengue nos municípios e estruturação de fluxo de paciente com suspeita de dengue na rede municipal e regional.
Atenção Básica – Waldson Souza explicou que o Estado vem organizando o fluxograma dos pacientes por meio da Atenção Básica e dos serviços de referência para atendimento às pessoas com suspeitas da doença e casos graves, como também com a capacitação dos profissionais de saúde. “Temos que deixar claro que a porta de entrada dos casos de dengue é a Atenção Básica, que deve atender os casos que apresentem sinais clínicos da doença e que compete ao município a execução das ações de vigilância”, disse Waldson Souza.
Ele afirmou que o Estado está fazendo um ‘alerta sanitário’ a todos os municípios para que executem suas ações e políticas públicas voltadas à prevenção e combate à doença. “Esse trabalho não é só do Estado ou do município é de responsabilidade também da população com a tomada de medidas de caráter preventivo e educativo, pois com a união de todos e com uma conscientização coletiva conseguiremos manter a doença sob controle. Saúde se faz com prevenção”, destacou o secretário.
Waldson Souza adiantou também que outra estratégia já utilizada pelo Governo do Estado é com a relação às campanhas publicitárias. “Estamos procurando ocupar todos os espaços na mídia com campanhas, principalmente no rádio, que atinge um maior um número de pessoas, e nesse contexto temos que destacar e pedir o apoio da imprensa, que também é de fundamental importância na conscientização do papel que cada cidadão tem nas ações de controle e prevenção da doença”, destacou.
Sobre o vírus O diagnóstico do vírus tipo 4 da dengue pelo Brasil é uma ameaça à saúde pública. Não pelo vírus em si, que não é mais nem menos perigoso que os tipos 1, 2 e 3, mas pela entrada em ação de mais uma variação do microorganismo. Em termos de classificação, está falando do mesmo tipo de vírus, com quatro variações. A explicação do problema provocado pelo vírus 4 está no sistema imunológico do corpo humano. Quem já teve dengue causada por um tipo do vírus não registra um novo episódio da doença com o mesmo tipo. Ou seja, quem já teve dengue devido ao tipo 1 só pode ter novamente se ela for causada pelos tipos 2, 3 ou 4.
Orientações – O Estado recomenda a ampliação dos trabalhos de campo dos agentes de endemias dos municípios, a efetivação de estratégias diferenciadas junto aos imóveis fechados, parcerias intersetoriais com a limpeza urbana e educação. No caso de existir a necessidade de armazenamento de água, a SES orienta que seja feita a limpeza dos reservatórios de forma correta, lavando-os com escova e sempre mantendo-os cobertos.
Aqueles imóveis que possuem cisternas externas para coleta e armazenamento de água pluviais deverão manter todas as aberturas vedadas com tela que não permitam passagem de mosquitos e a água só deve ser retirada com o sistema de bombeamento, pois do contrário este reservatório de água irá se transformar num criadouro potencial para o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue;
Também recomenda a continuidade, por parte das Secretarias Municipais de Saúde, das ações de coleta de materiais inservíveis (pneus) e fiscalização em imóveis especiais (locais de grande circulação de pessoas como faculdades, hospitais, empresas, indústrias, rodoviárias, mercados públicos, etc).
Por Jean Ganso, Com PortalMidia.net