O alívio da tontura e da sensação de desmaio frequentemente associados a labirintite pode vir do tratamento de fisioterapia, mais conhecido por reabilitação labiríntica ou vestibular. O tratamento pode amenizar ou até mesmo evitar os incômodos sintomas e permitir que o paciente retome as atividades cotidianas.
Para o engenheiro eletricista Severino Bandeira, 41 anos, que há dois anos recebeu o diagnóstico de labirintite, o tratamento à base de exercícios de reabilitação permitiu no controle dos problemas de saúde. Ele enfrentou 18 meses de tratamento com medicamentos até que há seis meses foi orientado a procurar um fisioterapeuta e se submeter à fisioterapia labiríntica.
“Em 2009, quando estava em viagem de trabalho a São Paulo, apareceram os primeiros sintomas da labirintite. Eu estava dirigindo quando comecei a sentir que tudo girava ao meu redor.
Foi uma sensação horrível! Parei o carro, pensando que ia melhorar logo, mas a sensação de tontura demorou. Ao procurar um otorrinolaringologista foram feitos vários exames que constataram a labirintite”, contou Bandeira.
No início do tratamento, segundo Bandeira, os medicamentos não surtiram o efeito esperado. “A vertigem e a tontura persistiram. Eu não pude manter minha rotina. Não conseguia dirigir porque sentia tontura andando de carro e quando estava em crise sentia que tudo girava. Eu ficava tonto durante quase todo o dia. À noite, era comum acordar com a incômoda sensação”, declarou o engenheiro.
O quadro ainda se agravou quando Bandeira passou a sentir dores no peito e durante duas semanas só conseguiu sair de casa na companhia da esposa devido a constante sensação de desmaio e tontura. “A labirintite inabilita a pessoa”, disse o engenheiro ao lembrar das dificuldades.
Por indicação de um otorrinolaringologista, o engenheiro procurou um fisioterapeuta e passou a fazer o tratamento à base de exercícios. A fisioterapia labiríntica ou reabilitação vestibular.
“A fisioterapia labiríntica tem-se mostrado muito eficiente no tratamento de pacientes com desordens do equilíbrio corporal, proporcionando grande melhora na qualidade de vida. Tem sido ainda uma modalidade de tratamento segura e racional para pacientes com desequilíbrio crônico de causas variadas”, explicou o fisioterapeuta Ícaro Buftorff.
Buftorff explica que o tratamento consta um procedimento terapêutico realizado por fisioterapeutas por meio de exercícios específicos e individuais de movimentação ocular, cefálica e corporal, baseados em protocolos experimentados e validados no mundo todo. Para criar a série de exercícios a ser realizada na clínica sob orientação do fisioterapeuta e no ambiente domiciliar, o paciente deve ser avaliado pelo fisioterapeuta.
“Com os exercícios, os pacientes crônicos podem conseguir o alívio da sintomatologia. Em determinados casos, basta uma única sessão para o paciente se ver livre das sensações de tontura, desmaio e vômito, mas é recomendado seguir com os exercícios”, explicou Ícaro Buftorff.
Ainda segundo o fisioterapeuta, o percentual de melhora no tratamento varia, de acordo com a doença ou alteração do sistema do equilíbrio. Atualmente observa-se em protocolos mundiais e na rotina diária uma melhora dos sintomas em torno de 80%.
O engenheiro Severino Bandeira conta que após 10 sessões de fisioterapia, com duração de meia hora, ele se viu livre de tonturas e desmaios. Contudo, ele seguiu praticando as atividades em casa, durante dois meses, quatro vezes por semana.
O fisioterapeuta explicou também que quando os exercícios são aplicados em pacientes jovens os resultados são mais rápidos. “Os idosos frequentemente não suportam os exercícios devido à fragilidade da coluna e do corpo de uma forma geral”, disse Buftorff.
Por Jean Ganso,com JP