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Apesar da Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) ter se tornado uma das doenças mais discutidas nas últimas décadas em todo o mundo, e dos avanços no tratamento, muitos paraibanos ainda têm medo de 'encará-la'. O tema está em discussão no Seminário Norte-Nordeste de Casas de Apoio (HIV/Aids), que será encerrado hoje no Centro de Convenções do Garden Hotel, em Campina Grande.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de DST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ivoneide Lucena, o número real de pessoas que são portadoras do vírus pode ser até três vezes maior que as atuais estatísticas, uma vez que não faz parte da cultura da saúde de muitos paraibanos realizar os testes para verificação da presença do vírus.

“As pessoas não se preocupam em se prevenir. Atualmente, cerca de 2.500 tomam o coquetel antirretroviral no Estado, mas nossa expectativa é que haja muito mais pessoas infectadas, mas que não sabem que são portadoras do vírus. Por isso estamos incentivando as pessoas a realizarem o teste rápido de verificação”, ressaltou.

O número de casos de Aids na Paraíba aumentou 37% entre os anos de 2007 e 2011. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), há cinco anos o número de notificações foi de 277, enquanto que ano passado houve um salto para 381. Em contrapartida, o Estado conta com apenas duas casas de apoio, o que tem dificultado a assistência aos portadores da doença.

Desde quando foi notificado o primeiro caso na Paraíba, em 1980, o Núcleo de DST/Aids e Hepatites Virais da SES já detectou 4.759 pessoas infectadas com o vírus, sendo João Pessoa a cidade que aparece na lista com o maior número de notificações, com 1.597. Em segundo lugar no ranking surge Campina Grande, com 669, Santa Rita (237), Bayeux (234), Cabedelo (153), Patos (100), Guarabira (72), Mamanguape (66), Sapé (65), Rio Tinto (65), Cajazeiras (54), Sousa (51) e Itabaiana (48).

O que contribui para esse cenário são os poucos locais no Estado onde quem combate a doença pode encontrar ajuda médica, psicológica, de serviço social, jurídica, entre outras. São as casas de apoio, presentes apenas em Campina Grande, com 37 acomodações, e João Pessoa com 11. De acordo com Silvestre Gonçalves Maia, coordenador da casa de apoio em Campina Grande, além de poucos espaços para amparar os portadores de Aids, os locais também sofrem com falta de apoio.

“Nós recebemos poucos recursos do Ministério da Saúde, e com isso ficamos limitados em atender um número de pessoas maior. Queremos rediscutir essas questões para podermos ampliar nosso atendimento, já que tem crescido bastante o número de pessoas infectadas por ano”, disse, durante o seminário.

Para o assistente técnico dos Direitos Humanos do Ministério da Saúde, Rubens Duda, a partir das discussões ao longo do seminário o assunto recursos será abordado, e apresentada uma proposta para desburocratizar a liberação de verbas para essas casas de apoio. “O Ministério tem percebido que cerca de 27% dos recursos que são destinados às casas, ficam presos por questões burocráticas”, informou.
 
Por Jean Ganso,com JP
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