A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quinta-feira (1), em discurso de posse de 44 minutos no Congresso Nacional, um ajuste das contas públicas como necessidade para a retomada do crescimento econômico e afirmou que a educação será “a prioridade das prioridades” para o segundo mandato (2015-2018) – ela anunciou o lema do novo governo: “Brasil, pátria educadora”. Mais tarde, a presidente fez outro pronunciamento, no parlatório do Palácio do Planalto, onde afirmou que nenhum dos direitos sociais será subtraído.
O ajuste nas contas públicas será a
prioridade inicial dos três ministros da área econômica escolhidos para o
segundo mandato – Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Fazenda) e
Alexandre Tombini (Banco Central). Segundo dados do BC, em novembro as
contas do setor público tiveram o pior resultado da história.
“Mais do que ninguém, sei que o Brasil
precisa voltar a crescer. Os primeiros passos dessa caminhada passam
pelo ajuste nas contas publicas”, afirmou. Ela disse que o governo
provou que é possível crescer e distribuir renda. “Assim como provamos
que é possível crescer e distribuir renda, vamos provar que se pode
fazer ajustes na economia sem revogar direitos conquistados ou trair
nossos compromissos sociais”, declarou. De acordo com a presidente, “as
mudanças que o país espera para os próximos quatro anos dependem muito
da estabilidade e da credibilidade da economia”.
Ela voltou a falar em ajuste em outro
momento do discurso, no qual também defendeu um aumento dos
investimentos e da produtividade da economia. “Os primeiros passos desta
caminhada passam por um ajuste nas contas públicas, um aumento na
poupança interna, a ampliação do investimento e a elevação da
produtividade da economia.”
A presidente afirmou que será
“intolerante” com a inflação e disse que, durante o primeiro mandato, o
índice permaneceu abaixo do teto da meta “e assim vai continuar”.
“Na economia, temos com o que nos
preocupar, mas também temos o que comemorar. O Brasil é hoje a sétima
economia do mundo, o segundo maior produtor e exportador agrícola, o
terceiro maior exportador de minérios, o quinto país que mais atrai
investimentos estrangeiros, o sétimo em acúmulo de reservas cambiais e o
terceiro maior usuário de internet”, afirmou.
Educação
Ao se referir à educação como principal prioridade do próximo governo – ela tirou a pasta do PT e escolheu para ministro o ex-governador do Ceará Cid Gomes (PROS) –, Dilma afirmou que o setor começará a receber volumes “mais expressivos” de recursos oriundos dos royalties do petróleo e do fundo social da exploração da camada pré-sal.
“Ao bradarmos “Brasil, pátria
educadora”, estamos dizendo que a educação será a prioridade das
prioridades, mas também que devemos buscar, em todas as ações do
governo, um sentido formador, uma prática cidadã, um compromisso de
ética e sentimento republicano”, afirmou.
No discurso, a presidente abordou vários
outros temas, como reforma política, combate à corrupção, Petrobras,
Olimpíadas e vitória nas eleições.
G1