Amigos do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte
na Indonésia por tráfico de drogas, se mobilizam e dizem que esperam “um
milagre” para que sua execução, marcada para este sábado (17), pelo
horário local, seja suspensa.
Nos últimos dias, eles têm escrito para a ONU, a presidente Dilma, a
embaixada brasileira na Indonésia, jornais locais e até para o
presidente do país, Joko Widodo, em seu perfil no Facebook. Nas
mensagens, pedem clemência para Archer.
Marco Archer é instrutor de voo livre e foi preso ao tentar entrar na
Indonésia, em 2004, com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de
uma asa delta. A droga foi descoberta pelo raio-x, no Aeroporto
Internacional de Jacarta. O brasileiro conseguiu fugir do aeroporto, mas
foi preso duas semanas depois. A Indonésia pune com pena de morte o
tráfico de drogas.
“Estou fazendo força para acreditar no milagre. Não vou perder a fé
até o último minuto. Mandei mensagens até para as Nações Unidas”, diz
Kika Vianna, amiga de infância de Archer, que escreveu ao presidente da
Indonésia duas vezes “implorando misericórdia” e diz que vai enviar mais
duas mensagens até amanhã.
Ela também deixou comentários em reportagens sobre as execuções
publicadas no site do “Jakarta Post”, um jornal indonésio. “Não estou
pregando impunidade. Ele precisa pagar pelo que fez, mas não deveria ser
fuzilado”, diz ela.
Rose Medeiros, que conhece Marco há 40 anos, foi outra pessoa que
enviou mensagens para a página oficial do presidente Joko Widodo e para a
embaixada. “Está valendo tudo nessas 48 horas. Essa noite nem consegui
dormir, fiquei conectada o tempo todo”, afirma.
Amigos de Archer também estão compartilhando um vídeo divulgado na
última quinta-feira (15) pelo cineasta Marcos Prado, contendo um
depoimento dado pelo brasileiro há dois dias, por telefone, da prisão na
Indonésia.
Amiga de Archer desde a adolescência, a educadora ambiental Carla
Guedes diz que um conhecido está reunindo mensagens de amigos do
brasileiro nesta sexta-feira (16), para que, “independentemente do
desfecho” do caso, ele possa receber uma carta com palavras de apoio.
Ela relata ainda que, nesses 10 anos em que Archer está preso,
enviava presentes para ele na prisão. “O pessoal se reunia e mandava
caixas com cigarro, goiabada, doce de leite. O que dava, a gente
mandava”, diz. “Tenho uma esperança muito grande de que ainda possa
acontecer alguma coisa”, afirma.
Por Nordeste 1