Familiares da estudante Fernanda Ellen se pronunciaram na manhã desta
terça-feira (9), sobre a morte da garota e revelaram que o acusado pelo
crime Jeferson Luiz de Oliveira, 25 anos, esteve no mesmo dia do
desaparecimento na casa de família da estudante para consolar e saber o
que estava ocorrendo.
Conforme o caminhoneiro Fábio Júnior, que é
pai da garota, o acusado se juntou ao mutirão organizado pelos amigos e
a família na tentativa de encontrar a estudante com vida. “Ele foi
panfletar nas ruas conosco e ainda participou de um culto que fizemos.
Jamais pensávamos que ele seria capaz de fazer essa atrocidade”.
Na
noite desta segunda-feira (09), após escavações realizadas na casa onde
Jeferson Luiz foi preso, a polícia encontrou um corpo. De acordo com o
comandante da Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves, não há
dúvidas de que os restos mortais são da menina.
"A gente acredita que ele tenha abordado Fernanda na rua e atraído até sua casa", comentou o comandante.
Peritos
do Instituto de Medicina Legal (IML) foram acionados à localidade e um
exame de DNA será realizado e terá o resultado divulgado em um prazo de
10 dias.
A Polícia Civil prendeu no final da tarde desta
segunda-feira (08), o vizinho suspeito de ter envolvimento no sumiço da
adolescente. Ele foi reconhecido pela jovem que havia recebido o celular
da garota, em uma casa de prostituição da Rua da Areia no Centro de
João Pessoa.
A informação foi confirmada ao Portal Correio, pelo
tio de Fernanda, Wellington Cabral de Oliveira. Ele revelou que a
polícia foi acionada pela própria família ao perceber a semelhança do
suspeito com o retrato falado descrito pela prostituta. “Ele é nosso
vizinho, mora colado a casa onde minha sobrinha morava com os pais.
Ultimamente ele andava estranho e pedimos para a polícia averiguar
isso".
Por
volta das 17h30 desta segunda-feira (08), a garota de programa foi até o
bairro Alto do Mateus e reconheceu o suspeito como responsável por
tê-la entregado o aparelho celular da vítima desaparecida.
Após
abordagem da Polícia Civil, o homem ainda tentou fugir pulando o muro,
no entanto foi alcançado pelas autoridades policiais.Jeferson segue sob a
guarda do Grupo de Operações Especiais (GOE).
Coletiva
O
secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social, Cláudio Lima; o
comandante geral da Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves; e
o delegado adjunto do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil
(Goe), Aldrovilli Grisi, que presidiu o inquérito, concedem, nesta
terça-feira (9), às 10h, entrevista coletiva sobre a elucidação do caso
da estudante Fernanda Ellen, desaparecida desde o dia 7 de janeiro.
A
ação ainda vai reunir representantes das Secretarias de Estado da Saúde
(SES) e do Desenvolvimento Humano (Sedh). A entrevista coletiva
acontecerá no auditório da Escola de Serviço Público do Estado da
Paraíba (Espep), no bairro de Mangabeira, na Capital.
Celular rastreado
Em
março, a Polícia conseguiu rastrear e encontrar o telefone de Fernanda
Ellen com uma prostituta que trocou o aparelho por pedras de crack e
sexo na Rua da Areia. Na época, ela fez um retrato falado do suspeito.
Desaparecimento
Fernanda
Ellen desapareceu no dia 07 de janeiro de 2013, depois de ter ido à
escola no bairro Alto do Mateus buscar as notas finais. Desde o primeiro
momento, várias informações e pistas surgiram, mas nenhuma havia levado
ao paradeiro da menina.
Manifestações
Familiares
e amigos realizaram na noite da última sexta-feira (5), um protesto por
respostas do desaparecimento de Fernanda Ellen e pelo fim da violência.
O grupo percorreu a Orla Marítima de Tambaú à Cabo Branco, em João
Pessoa. No mesmo dia, ocorreu uma audiência para discutir o caso na
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas na
Assembleia Legislativa, na Capital.