No Dia Nacional de Combate ao Diabetes, especialistas alertam que 
metade dos cerca de 14 milhões de brasileiros que têm o diabetes não 
sabe que tem a doença.
Segundo o endocrinologista João Salles, da Sociedade Brasileira de 
Diabetes, uma das dificuldades em identificar a doença é que ela não 
apresenta sintomas no início, como é o caso do tipo dois de diabetes. No
 estágio avançado, podem aparecer sinais como boca seca, vontade de 
urinar com frequência e perda de peso espontaneamente.
“Pessoas com mais de 40 anos, obesas, principalmente com a 
circunferência abdominal elevada, pessoas com pressão alta, altas taxas 
de triglicérides e com o HDL, o colesterol bom, baixo, devem ficar mais 
atentas pois estes são fatores de risco do diabetes tipo dois”, alertou 
Salles.
Cegueira, insuficiência renal e amputação de membros inferiores são outras consequências.
Consumo de doce
O especialista ressalta que, ao contrário do que muitos pensam, não é apenas comer doce que propicia o desenvolvimento da enfermidade. “Existe uma lenda de que o consumo de doce leva ao diabetes, quando na verdade a doença está ligada à obesidade. Se come doce ou pastel e engorda, o risco é igual”, frisou.
Abandono do tratamento
Pesquisas internacionais apontam que a cada seis segundos uma pessoa morre no mundo por causa do diabetes. A cada 20 segundos, uma pessoa tem uma amputação de membros por causa do diabetes, e que a doença é a maior causa de cegueira. Essas consequências também estão relacionadas à baixa adesão ao tratamento. De acordo com Salles, depois de um ano do diagnóstico, 60% dos pacientes abandonam o tratamento. “Se ele fizer o tratamento adequado, vai ter qualidade de vida normal”.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a doença crônica resulta 
na não produção do hormônio que controla a glicose no sangue, chamado 
insulina, ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. O
 corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose, que obtemos por 
meio dos alimentos, como fonte de energia. Se esse quadro permanece por 
longos períodos, pode have danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
Existem dois tipos de diabetes. A do tipo um, que é uma doença 
autoimune, não tem ligação genética forte, tem início abrupto e 
geralmente se manifesta na infância ou adolescência. Já a do tipo dois, 
que acomete cerca de 90% das pessoas que tem diabetes, tem fatores 
genéticos, está muito ligada a obesidade, tem início sem sintomas e pode
 ser evitada com estilo de vida saudável.
“É importante que o paciente com diabetes entenda que ele precisa 
participar do tratamento, discutir o tratamento com o médico, saber 
quanto tá a glicemia dele. Tudo isso é importante pra o controle da 
doença”, enfatizou o endocrinologista.
Da Agência Brasil