Acorrentados
pela cintura, braços e tornozelos, quatro prisioneiros vestidos de
laranja aguardam o fim em um amplo cenário desértico no Oriente Médio.
Uma pequena trilha feita com petróleo é disposta na direção dos homens.
De repente, um carrasco mascarado ergue uma tocha e encosta as chamas no
combustível. Os prisioneiros agitam os corpos em desespero. Em poucos
segundos, os quatro são consumidos pelo fogo.
As chocantes imagens fazem parte do novo vídeo de execução de reféns
divulgado pelo Estado Islâmico, na segunda-feira (31). E mostram que o
grupo segue com seu claro objetivo de, além de aterrorizar o mundo e
aniquilar seus “inimigos”, fazê-lo de forma sempre diversa, a fim de
nunca deixar de chocar com novas formas de assassinar.
Em seus primeiros vídeos, no ano passado, os terroristas focavam suas
execuções por meio da decapitação de prisioneiros. Foi assim, por
exemplo, com os jornalistas James Foley e, mais recentemente, Kenji
Goto. Mas logo foram surgindo novas formas de exibir as mortes.
Em fevereiro, um piloto turco foi queimado vivo dentro de uma jaula; em
junho, 16 homens, identificados pelo Estado Islâmico como espiões,
foram mortos afogados dentro de uma gaiola. Os vídeos dos terroristas
também trazem execuções por meio de explosões, fuzilamento,
apedrejamento, entre outras formas de violência.
De acordo com os terroristas do EI, que reivindicam a fundação de um
califado em uma ampla área que abrange parte dos territórios sírio e
iraquiano, os quatro homens foram executados sob a acusação de serem
espiões xiitas do governo do Iraque. Antes de serem mortas, as vítimas
foram obrigadas a assistir a mutilações e assassinatos cometidos por
militares iraquianos contra o Estado Islâmico.
Assim como nos vídeos anteriores, as imagens do novo material do grupo
são acompanhadas por uma canção em árabe que se tornou uma espécie de
trilha-sonora dos terroristas para os takes das execuções. Desde o ano
passado, todos os vídeos oficiais de assassinatos cometidos pelo EI são
acompanhados pela música.
IG