O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, manifestou nesta
quinta-feira (24) sua preocupação pelo “reforço militar substancial” da
Rússia na Síria e convocou Moscou a “ter um papel construtivo” neste
país e cooperar com os Estados Unidos na luta contra o grupo Estado
Islâmico.
“Acredito que a primeira etapa (para a Rússia) deve ser
dialogar com os Estados Unidos e dizer claramente quais são suas
intenções e tentar cooperar de maneira construtiva com os esforços dos
Estados Unidos na luta contra o EI”, disse Stoltenberg em uma entrevista
à AFP.
Stoltenberg advertiu que o reforço militar russo na Síria
não deve ser utilizado para fortalecer o presidente sírio Bashar
al-Assad, um aliado de Moscou.
O secretário-geral da Aliança
celebrou os recentes contatos entre Moscou e Washington sobre a Síria,
mas expressou sua preocupação, já que “também há um risco de que estas
forças (russas) sejam utilizadas para apoiar o regime de Assad”.
“Apoiar
o regime de Assad não é uma contribuição construtiva para lutar contra o
Estado Islâmico (EI) ou encontrar uma solução política ao conflito”,
disse.
“Encorajo a Rússia a ter um papel construtivo e cooperar na
luta contra o EI e não apoiar o regime de Assad, já que este regime é
parte do problema”, acrescentou Stoltenberg.
Washington e as
potências ocidentais insistiam até agora que Assad não tem um futuro na
Síria, mas ocorreram sinais recentemente de uma mudança nesta postura.
A
chanceler alemã Angela Merkel estimou na noite de quarta-feira que não
se podia excluir Bashar al-Assad na hora de buscar uma solução ao
conflito.
O secretário de Estado americano, John Kerry, disse no
sábado que Assad deve abandonar o poder, mas sua renúncia pode ocorrer
mais adiante e que primeiro deve ser lançada uma negociação para colocar
fim ao conflito no qual morreram até agora 225 mil pessoas.
G1