A cidade de Sousa, no Sertão paraibano, já vive o risco iminente de
ficar sem água para o consumo humano. Como se não bastasse a falta de
chuvas e a queda diária no nível do açude São Gonçalo, que abastece a
cidade, na madrugada desta terça-feira (10) uma ação criminosa fez com
que o fornecimento de água fosse interrompido por toda a manhã.
De
acordo com a superintendente do Departamento de Água, Esgotos e
Saneamento Ambiental (Daesa), Margela Elías, dois registros da passagem
principal (de 600mm) da adutora da cidade foram quebrados por vândalos.
Os registros violados ficam localizados no Distrito Industrial e na
entrada do Núcleo Habitacional 1.
A equipe do Daesa foi mobilizada
desde as primeiras horas da manhã para recuperar os registros. Os
serviços foram normalizados ao meio-dia.
"A ação criminosa foi
registrada por fotos”, informou a superintendente. O crime já foi
registrado na 2ª Delegacia Distrital de Patos e as provas foram
entregues para o delegado de plantão para iniciar a investigação.
Sousa
está passando por um rodízio no abastecimento de água. A cidade foi
divida para receber o fornecimento, em dias alternados, em região norte e
sul. “Nesta terça-feira o abastecimento era para a região norte, que
ficou sem água até o meio-dia. Amanhã quem recebe água é os moradores da
região sul”, explicou.
Em nota, a Prefeitura de Sousa informa que
já está tomando as devidas providências no sentido de acionar a justiça
e punir na força de lei os responsáveis pelo vandalismo ao patrimônio
público.
Com 66 mil habitantes, o município
tem uma área de pouco mais de 842,4 quilômetros quadrados e o seu
principal manancial, o açude de São Gonçalo está com apenas 29,2% de sua
capacidade total de armazenamento de água.
Desde março o
abastecimento na cidade sofre racionamento. A água do manancial é
captada e tratada pela Companhia de Água e Esgoto da Paraíba e
distribuída pela Daesa.
Canais de adução
O
perímetro irrigado de São Gonçalo está localizado no distrito do mesmo
nome, próximo à cidade, no vale do rio Piranhas, às margenes da BR–230.
Sua implantação foi iniciada no ano de 1972. A precipitação média anual
registrada na região do perímetro irrigado gira em torno de 894
milímetros, com o período chuvoso se estendendo de janeiro a maio.
A
rede de irrigação de uso comum é constituída por canais principais e
secundários, responsáveis pela condução de água até o limite dos lotes
agrícolas. A captação é feita diretamente na tomada d’água do açude São
Gonçalo, que é conduzida pelos canais principais, Norte e Sul.
Os
canais secundários somam 81 quilômetros de extensão, construídos em
terra com revestimento de pedra rejuntada, ou placa de concreto. Suas
vazões variam de acordo com a área a ser irrigada.