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“Lucifer, nós estamos aqui”, entoa em uma das canções Papa Emeritus II, vocalista da banda sueca Ghost B. C., fã de Black Sabbath e (ao menos declaradamente) seguidora do satanismo que virou marca (e marketing) do grupo de Ozzy Osbourne. Do jeito que se apresenta, o Ghost se assemelha a um Slipknot – outra banda de maquiados e/ou mascarados – para adultos. O deboche à Igreja Católica, a começar pelo nome artístico do vocalista, que se porta como um arremedo de pontífice no palco, e o satanismo deixam toda a música dos suecos em segundo plano.

Para que a comparação não soe injusta, é bom frisar que o público dos mascarados americanos pulam até o final com a espécie de new-metal que o grupo paz. Já o que foi apresentado pelo Ghost nesta quinta-feira de Rock In Rio foi uma missa-rock com distribuição do tédio transubstanciado em hóstia.
Nem os mais próximos do repertório da banda sueca conseguiram manter o ânimo e a excitação que veio com Infestissumam, logo no início do show. Papa tentou respostas do público, em vão. “Boa noite, Rio”, “¿Qué tal?”, “How are you doing?”, insistiu, em diversas línguas, talvez testando aquela que a plateia daqui fala.

Nenhuma delas foi capaz de reverter o clima fúnebre instalado pela música do Ghost. Se o inferno for tão chato quanto o som dos suecos, evite ficar íntimo do tinhoso.
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