Cerca de 4 mil pessoas
morrem anualmente em consequência de linfoma no Brasil. Os dados do
Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam ainda que por ano são
registrados 10 mil casos da doença. Nos últimos 20 anos a incidência de
linfoma dobrou, mas o desconhecimento sobre esse tipo de câncer pela
população preocupa a comunidade médica e especialistas. Por isso, no Dia
Internacional de Conscientização de Linfomas, comemorado hoje (15), as
campanhas destacam principalmente a importância das pessoas conhecerem
os sintomas da doença.
De acordo com o diretor da
Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular
(ABHH), Carlos Chiattone, 70% da população não sabe o significado da
palavra linfoma. “O linfoma é a sexta principal causa de câncer no
Brasil, mas a maioria da população desconhece o linfoma e quais são os
sintomas”, disse Chiattone. Ele defendeu que as autoridades invistam
mais em campanhas informativas mais frequentes sobre a doença.
Para a presidenta da
Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Merula Steagall,
quanto mais rápido for feito o diagnóstico, maiores são as chances de
cura. “Uma pesquisa da Abrale aponta que 32% das pessoas foram
diagnosticadas com linfoma no exame de check-up, sem apresentar sinal
nenhum. É importante as pessoas fazerem os exames anuais e estar atentas
para a saúde”.
O diretor de Especialidades
da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Marco Antonio Dias Filho,
explicou que o linfoma acomete a todos indistintamente. Mas a
desinformação e a falta de acesso ao tratamento são os maiores
obstáculos à diminuição do número de mortes. “Apesar de incidir mais em
pessoas mais pobres, pela falta de informação e de acesso ao sistema de
saúde, essa é uma doença democrática e mata muito rápido. Sem tratamento
a maioria dos pacientes morre”, explicou o médico.
Como não existe método
preventivo para o linfoma, é importante ficar alerta a alguns sinais
como nódulos no pescoço, na região axilar, virilha, febre, suor profundo
à noite e perda de peso. Os caroços são indolores e se o paciente
detectar esses nódulos por mais duas semanas é bom que ele procure um
médico para fazer o diagnóstico precoce”, alertou o patologista.
O índice de incidência da
doença dobrou nos últimos anos no país e chega a cerca de 10 mil casos,
segundo dados do Inca. De acordo com Dias Filho, somente no centro de
referência onde trabalha, em Belo Horizonte, são diagnosticados entre
sete e 15 pessoas por semana com algum tipo de linfoma.