Um agricultor acusado de estuprar a
própria filha, uma criança de cinco anos, foi preso na zona rural de
Areial, no Agreste paraibano. Segundo a Polícia Civil, a denúncia foi
feita depois que professoras da garota notaram mudanças no comportamento
dela. Em depoimento, a mãe da menina contou que os abusos aconteciam há
cerca de um ano e que não denunciava porque era ameaçada. Dados da
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano apontam que de janeiro a
junho deste ano foram atendidos nos Creas regionais 38 casos de abuso
sexual a crianças e adolescentes com idades de 0 a 18 anos.
O acusado (que não terá o nome citado nesta reportagem para que a
identidade da criança seja preservada) foi detido na tarde da última
sexta-feira, 07. Apesar disso, a confirmação da prisão só foi divulgada
ontem, pela Polícia Civil. O agricultor contou em depoimento que não
recordava do que fazia, porque quando os casos de abuso aconteciam ele
estava embriagado. “A denúncia foi feita pelo Conselho Tutelar da cidade
de Areial, depois que as professoras da criança notaram um
comportamento estranho da criança. A mãe da menina contou que o pai
colocava ela no braço, a acariciava demais e que à noite, ia ao quarto
dela e no outro dia a criança aparecia com vermelhidão em várias partes
do corpo. Só o fato dele ter feito isso já configura como estupro de
vulnerável”, contou o delegado Malom Cassemiro.
Os abusos eram registrados dentro da casa do agricultor, no sítio
‘Gravatazinho’. “A mãe da menina tinha medo de denunciar, disse que além
da dependência financeira, ela teria dependência psicológica e ela
temia apanhar, sofrer também algum tipo de violência. Os abusos
aconteciam há cerca de um ano e depois de perceber, ela começou a vigiar
a criança, mas disse não agüentar mais viver com essa situação. Ela não
responderá por nenhum tipo de processo”, informou Malom.O último
levantamento realizado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento
Humano aponta que de janeiro a junho deste ano foram atendidos nos Creas
regionais 94 casos de violência física e 38 de abuso sexual a crianças e
adolescentes com idades de 0 a 18 anos. Além disso, 29 casos de
exploração sexual, 111 de negligência e oito registros de trabalho
infantil foram contabilizados.
O ‘Disque 100’ é o serviço do Disque Denúncia Nacional de Abuso e
Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes é coordenado e
executado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência
da República.
Por Jean Ganso, Com Focando a Noticia