O Conselho Regional de Medicina (CRM) realizou uma inspeção e comprovou a superlotação no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa
na manhã desta quinta-feira (13). A ação aconteceu por conta de
denúncias feitas pelo Sindicato dos Médicos da Paraíba (Sindmed) e da
Cooperativa dos Ortopedistas.
De acordo com Eurípedes Mendonça, diretor de Fiscalização do CRM, na
inspeção foi comprovada a situação. “Nós sabemos que não é
responsabilidade só do hospital. No entanto, a situação é grave e
precisa de solução. Na área vermelha, onde ficam os pacientes mais
críticos, com capacidade para atender cinco pessoas de maneira humana,
há uns cinquenta pacientes”, afirmou.
No entanto, ele fez uma ressalva. "Caso não sejam apresentadas
soluções, nós vamos fazer o que fazemos há dois anos: entrar com uma
ação civil pública para que o governo do estado faça a aquisição de
leitos particulares para esses pacientes".
Uma das providências imediatas, ainda de acordo com Mendonça, é a
elaboração de um relatório apontando as falhas e as medidas que devem
ser adotadas para solução do problema. “Vamos enviar esse relatório para
o Ministério Público Estadual e também para o governador Ricardo
Coutinho”, acrescentou.
Em nota, o diretor técnico do Hospital de Trauma, Edvan Benevides, a
unidade hospitalar vem registrando um aumento no número de atendimentos
em torno de 30%, em comparação com o ano passado.
Por isso, o hospital está com todos os leitos ocupados. O diretor
explicou ainda que o Trauma procurou o Ministério Público com o objetivo
de solucionar o problema. “Enquanto isso, estamos trabalhando na gestão
hospitalar. Aumentamos em mais 20 o número de leitos de retaguarda para
esta demanda sazonal, aumentamos a equipe médica, estamos renovando os
contratos com as cooperativas médicas e melhorando o controle de entrada
de pacientes por grau de complexidade, a fim de definir as prioridades
de atendimento”, finaliza o diretor técnico.
O presidente do Sindicato dos Médicos da Paraíba, Tarcísio Campos,
disse que a situação por que passa o Hospital de Emergência e Trauma é
preocupante. “É uma situação preocupante, pois toda a região do Litoral
depende dele, além de ser uma referência para o estado”.
Tarcísio Campos disse ainda que há “mil anos” as autoridades de saúde, a
exemplo do Sindmed, sugerem soluções para o governo do estado, que,
segundo ele, não vêm sendo atendidas. “Uma das soluções que nós
apontamos é que a Secretaria Estadual da Saúde dê suporte a hospitais de
cidades menores para que pacientes dessas cidades não precisem se
deslocar até o Hospital de Trauma, por
exemplo", explicou.
Em cidades como Cajazeiras e Patos, só para citar dois exemplos,
existem bons hospitais, equipados. O grande problema é que eles são
subutilizados. Não adianta apenas construir hospitais. É necessário que
se ofereçam condições de funcionamento: colocar enfermeiros, médicos,
fisioterapeutas”, finalizou.
PSFs
Na quarta-feira (12), o Conselho Regional de Medicina também interditou eticamente sete unidades do Programa Saúde da Família (PSF) ,
em João Pessoa, por apresentar irregularidades no
funcionamento, como
paredes com reboco caindo, infiltrações e mofo, segundo o CRM.
De com o órgão, os postos que sofreram interdição ética ficam nos
bairros do Roger, Valentina, Indústrias, Cidade Verde, Geisel, Castelo
Branco e na rua das Trincheiras.
O CRM informou ainda, que os usuários do serviço deverão procurar
outras unidades para receber atendimento, já que a partir desta
quinta-feira (12) os médicos não prestarão mais serviço nos locais
interditado.
Por Jean Ganso, Com G1 Pb