A presidenta Dilma Rousseff disse hoje
(19) que o Brasil tem um “veio golpista adormecido” e que não houve um
presidente após a redemocratização do país que não tenha tido um
processo de impedimento no Congresso Nacional.
“Se nós acompanharmos a trajetória dos
presidentes no meu país no regime presidencialista a partir de Getúlio
Vargas, nós vamos ver que o impeachment sistematicamente se
tornou um instrumento contra os presidentes eleitos. Tenho certeza que
não houve um único presidente depois da redemocratização do país que não
tenha tido processos de impedimento no Congresso Nacional.
Todos
tiveram”, afirmou Dilma, em entrevista a veículos estrangeiros no
Palácio do Planalto.
Dilma também ressaltou que se crise
econômica fosse argumento “para tirar presidente da República não teria
um único presidente da República nos países desenvolvidos que
sobrevivesse à profunda crise econômica com desemprego”. Para ela, não é
por causa da crise econômica que está ocorrendo a crise política.
A presidenta destacou que a crise
atual está acontecendo pelo fato de a eleição de 2014 ter sido vencida
por uma margem estreita, de pouco mais de 3 milhões de votos. A petista
recebeu 54 milhões de votos. “Essa eleição perdida por essa margem
tornou no Brasil a oposição derrotada bastante reativa a essa vitória e
por isso começaram um processo de desestabilização do meu mandato desde o
início dele. Este meu segundo mandato, há 15 meses, tem o signo da
desestabilização política”, afirmou.
Os deputados aprovaram neste domingo (17), por 367 votos a favor e 137 contra, o prosseguimento do processo de impeachment contra a presidenta Dilma. Em uma entrevista concedida à imprensa ontem (18), Dilma disse se sentir indignada e injustiçada com a decisão da Câmara dos Deputados.
Se a admissibilidade do afastamento
for aprovada também pelos senadores, a presidenta será afastada do cargo
por até 180 dias, enquanto o Senado analisa o processo em si e define
se Dilma terá o mandato cassado.