O ex-ministro Ciro Gomes disse que o
sistema político brasileiro está em colapso e que o país passa por um
vácuo de poder. “Esse vácuo é substituído por interesses pessoais, um
movimento de ascensão pentecostal e ladroeira. Eduardo Cunha não virou
presidente da Câmara – sendo o bandido que é – por acaso. Ele comprou
250 deputados”, disparou.
A declaração de Ciro Gomes foi feita
durante as participação no Brazil Conference, evento promovido pela
Universidade Harvard e o MTI. Ciro também criticou o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, por não ter realizado, em 1998, as reformas
estruturantes necessárias ao país em troca de alterações na Constituição
visando assegurar a sua reeleição.
De acordo com ele, o êxito civilizatório
de uma nação depende de três fatores: alto nível de formação bruta de
capital, “que é consequência de arranjos institucionais que a política
faz”; coordenação estratégica e consensual entre governos e
empreendedores e universidades com visões acadêmicas comprometidas a
construir respostas nesta direção, além da formação de pessoal
qualificado.
Segundo o ex-ministro, a melhora da
performance do Brasil em relação a balança comercial se deve mais a
recessão que a outros fatores. “Nosso déficit na balança comercial de
manufaturados já está em US$ 110 bilhões. A gente foi adiando o
confronto desse problema, atenuando a percepção da catástrofe, em função
de um ciclo positivo de preços de commodities”, comentou.
Ciro lembra que o fim do boom das
commodities afeta a economia independentemente de quem esteja na
Presidência do país. “Hoje, a produção do pré-sal custa US$ 41 o barril e
nós estamos vendendo a US$ 30. Isso é real, não adianta dizer que é
culpa de Dilma, de Lula”, afirmou.