Os partidos políticos têm até o início da noite desta segunda (7) para
indicar os deputados que vão integrar a Comissão Especial da Câmara, que
vai elaborar o parecer a favor ou contra o pedido de impeachment da
presidente Dilma. Durante o fim de semana, a movimentação foi intensa.
A presidente Dilma passou o domingo (6) em casa e os partidos se
articulando. Em São Luiz, o governador do Maranhão, Flávio Dino, do
PCdoB, e os ex-ministros Ciro Gomes e Carlos Lupi, ambos do PDT,
lançaram um movimento chamado 'Golpe Nunca Mais' contra o processo de
impeachment.
O PSol já tinha se declarado contra o afastamento da presidente. A rede
apoia a investigação e defende uma análise neutra dos fatos. O PPS
formalizou que é a favor do impeachment, assim como Democratas,
Solidariedade e PSDB.
O pedido de impeachment primeiro vai passar por uma comissão especial,
só de deputados, que vai apresentar parecer pela abertura ou
arquivamento.
Até agora, 12 nomes foram oficialmente comunicados: do PDT, Afonso
Motta e Dagoberto. Do PSol, Ivan Valente, do Solidariedade, Paulo
Pereira da Silva e Arthur Oliveira Maia. Do PV, Sarney Filho, do PPS,
Alex Manente, do PRB, Jhonatan de Jesus e Vinícius Carvalho, e do PMN,
Antônio Jácome.
Do PT, até o momento, estão o líder do governo, José Guimarães e o
líder do partido, Sibá Machado.
O partido da presidente Dilma tem
direito a oito cadeiras, o mesmo número que o PMDB, que está dividido
sobre o impeachment e mantém mistério sobre os nomes na comissão.
Petistas cobram o apoio do principal aliado.
O governo quer revisar todas as indicações feitas para comissão.
A presidente Dilma voltou a atacar indiretamente o presidente da Câmara
Eduardo Cunha, que na quarta-feira (2) aceitou o pedido de abertura de
processo de impeachment. Dilma afirmou que está tranquila.
“Não existe fundamento para o meu processo de impeachment. Eu já repeti
várias vezes. Eu não cometi nenhum ato ilícito. Eu não usei
indevidamente o dinheiro público. Não usei o dinheiro público para
contemplar meus interesses. Não tenho nenhum recurso que recebi de
qualquer processo que não seja o meu trabalho ou a minha família. Nunca
depositei nenhum dinheiro na Suíça. Não tenho acusação de espécie
alguma”, disse.
O deputado Eduardo Cunha, do PMDB, disse que não se sente atingido
pelas palavras da presidente Dilma e lamenta que o maior escândalo de
corrupção, de desvio de dinheiro público do mundo, está na maior empresa
do governo dela, dirigida por ela desde 2003, seja como ministra,
presidente do conselho ou presidente da República.