O bispo diocesano de Guarabira, dom Lucena, manifestou preocupações
diante do momento atual vivido pelo país. “Vivemos uma profunda crise
política, econômica e institucional que tem como pano de fundo a
ausência de ética e muito egoísmo e individualismo”, pontuou o bispo.
Dom Lucena, que é também Secretário Geral do Regional Nordeste 2 da
CNBB, recordou a necessidade de buscar, sempre, o exercício do diálogo e
do respeito.
O religioso demonstrou preocupação com o fechamento de empresas e o
crescimento do número de desempregados, alertando os fieis para não
embarquem nos discursos falsos e notícias infundadas que circulam na
grande mídia, pedindo um julgamento mais consciente.
O bispo usou o exemplo do Papa Emérito Bento XVI, que em 2013
comunicou sua renúncia ao reconhecer que não tinha condições plenas de
governabilidade, para pedir aos políticos que sejam humildes e
percebam suas limitações a fim de abrir mão de cargos e status para o
bem coletivo.
As declarações do prelado católico sugerem a renúncia da presidente da República.
Ele disse que o processo de impedimento é uma reposta à crise moral e
política que o país vive e que afeta as instituições. Dom Lucena afirmou
que esse processo não pode se prolongar muito. Deve se chegar a uma
solução imediata e não distante.
“Eu lembro que, quando na Igreja o papa Bento XVUI deu uma grande
demonstração, quando, sentindo poucas forças e já sua vida fragilizada, o
Papa renunciou. Por que também no Brasil quando as pessoas estão sem
mais forças para governar não renunciam?”, questionou Lucena, um dos
bispos mais importantes do Nordeste.
Jean Ganso/Diocese de Guarabira