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Uma mulher de 20 anos foi presa, nessa quarta-feira (10), suspeita realizar um parto sozinha e ter abandonado a criança em uma mata, na Zona Rural do município de São José de Piranhas, no Sertão paraibano, a 477 km de João Pessoa. A suspeita disse a Polícia Civil que não sabia que estava grávida e que “expeliu uma coisa” ao sentir dores na barriga. O bebê, que teria nascido vivo, pode ter sido enterrado ou comido por animais.

De acordo com a delegada Ana Valdenice, da Polícia Civil em Cajazeiras, a mulher alegou em depoimento que estava dentro de casa quando sentiu fortes dores na barriga e resolveu ir até um matagal. Lá, ela afirmou que teria expelido uma coisa, mas que não identificou o que era e resolveu voltar para casa.

Com dores, a mulher foi levada por familiares até um hospital e depois transferida para a Maternidade da cidade de Cajazeiras, onde funcionários desconfiaram de um sangramento vaginal e constataram que a mulher havia tido um parto, mas não estava com nenhum recém-nascido.

Ainda na maternidade, os enfermeiros retiraram parte de um cordão umbilical que estava dentro da mulher e a placenta. Com isso, eles decidiram acionar a polícia para investigar o caso.

“Fomos acionados pela maternidade e quando chegamos ao local os funcionários nos informaram que a mulher havia tido um parto, mas não existia criança. Conversamos com a mulher, que disse que estava em casa, sentiu dores e foi ao matagal defecar. Ela contou que havia expelido uma coisa do organismo e não soube dizer se era uma criança, já que não ouviu choro”, contou a delegada.

Após o depoimento inicial, a mulher recebeu voz de prisão ainda na maternidade. Ao Portal Correio, a delegada informou que a suspeita vai responder por abandono de recém nascido com agravante de morte, já que o corpo da criança não foi encontrado.

“Demos voz de prisão a ela para poder investigar o caso. A suspeita alegou que não sabia que estava grávida. A mãe dela também disse que não desconfiava da gravidez, mas não tem como uma mulher franzina não perceber o crescimento de uma barriga de gravidez. Pelo que os funcionários da maternidade disseram, o estado da placenta é de uma gravidez de pelo menos oito meses. Então, a criança já estava plenamente desenvolvida e por isso acreditamos que ela foi abandonada ainda com vida”, disse a delegada.

Bebê pode ter sido enterrado ou comido por animais

Após prender a suspeita, a delegada e os policiais civis foram até o local indicado pela mulher onde a criança havia sido abandonada. Eles encontraram vestígios de sangue, mas nenhum corpo. A delegada Ana Valdenice acredita que a mulher pode ter enterrado a criança após o parto ou que animais possam ter comido o bebê.

“Achamos vestígios de sangue no local, que foram colhidos e serão enviados para análise em João Pessoa, mas não encontramos o corpo da criança. Estamos com duas hipóteses: a primeira é de que a suspeita enterrou a criança ainda viva, mas não quer dizer o local. A segunda hipótese, que é a que mais assusta, foi um fato relatado pela mulher em depoimento, de que havia cães perto do local onde a criança foi abandonada. Com isso, estamos investigando a possibilidade da criança ter sido abandonada viva e devorada pelos animais”, disse a delegada.

Durante entrevista ao Portal Correio, a delegada tratou a suspeita do caso como uma mulher fria e que não esboçou emoção durante o depoimento, dizendo apenas que estava arrependida.

“Durante o depoimento ela foi tranquila e fria, não esboçou emoção. Disse que estava arrependida. O que podemos fazer é continuar com a investigação para tentar encontrar o corpo de bebê. As assistentes sociais do hospital acompanharam o momento em que eu colhia o depoimento da suspeita e não conseguiram segurar as lágrimas. É um caso muito triste”, concluiu a delegada Ana Valdenice.
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