
Ao fim da reunião, Ricardo concedeu coletiva em nome dos demais
governadores da Região Nordeste. “O objetivo deste encontro foi buscar
construir um olhar federativo para o Brasil. Nós não podemos ter
soluções e privilégios apenas para uma parte do País. Infelizmente –
talvez questões circunstanciais justifiquem – as soluções têm vindo
apenas para aqueles que não fizeram o dever de casa”, destacou,
enfatizando que os estados nordestinos são os mais equilibrados
financeiramente.
Para o governador Ricardo Coutinho, uma das principais dificuldades
que os estados que fizeram o dever de casa enfrentam é a redução do
FPE. “Hoje, os estados nordestinos têm capacidade de endividamento, de
financiamento e de investimento – porque fizeram o dever de casa – mas,
ao mesmo tempo, sofrem uma redução no FPE que não é culpa deles, porque
uma parte dessa redução vem de setores produtivos de outra região, São
Paulo, sobretudo. É preciso equilibrar o Brasil, dando tratamento
igualitário a todos”, argumentou.
PAF e FPE – Com relação ao Programa de Ajuste
Fiscal, Ricardo ressaltou que a União precisa rever a capacidade de
endividamento dos estados nordestinos. “Nós não queremos nada de
recursos da União’ em relação ao PAF. Estamos apenas pedindo que seja
respeitada a nossa capacidade de financiamento, a capacidade que a lei
nos permite. Nós queremos ser respeitados como Federação, com a devida
autonomia que os estados precisam ter”, disse. “Saneamos as nossas
finanças, e temos capacidade de endividamento e investimentos”,
prosseguiu.
O governador paraibano enfatizou que, com relação ao FPE, é
necessário uma recomposição sob risco de ocorrer um desequilíbrio
financeiro. “Precisamos de medidas emergenciais, já que os meses de
julho, agosto e setembro são os que mais sofrem redução do FPE, que é o
IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] mais o Imposto de Renda.
Vale a pena repetir: não podemos ser punidos por renúncia fiscal de
setores produtivos situados em outra região, gerando emprego em outra
região”, finalizou.