O juiz da 26ª Vara de Trabalho de João Pessoa, Arnaldo José Duarte do
Amaral determinou que a Empresa de Correios e Telégrafos instale portas
giratórias com detectores de metal em 195 agências no Estado que operam
com banco postal. Hoje, apenas cinco possuem este recurso de segurança.
Apesar da boa notícia, a decisão prevê que a instalação ocorra de forma
programada, sendo 10 agências beneficiadas a cada três meses. O
presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos da
Paraíba (Sintect-PB), Emanoel de Sousa, comemorou a decisão, mas disse
que não ficou totalmente satisfeito, porque a necessidade de mais
segurança é imediata.
Em 60 dias, o Sintect-PB e os Correios, com auxílio do Ministério
Público do Trabalho (MPT), devem apresentar as primeiras 10 agências a
receberem o recurso. A decisão saiu na semana passada, após ação movida
pelo sindicato, após os constantes assaltos a agências, na Paraíba.
“No dia 2 setembro, uma nova audiência será realizada para escolher
as 10 primeiras agências que receberão os recursos de segurança. A
empresa dá a lista dela, o sindicato também e quem dá o aval é o
Ministério Público. Também será decidido a multa na hipótese de
descumprimento”. Daniel Alves. Diretor Jurídico do Sintect-PB.
Segundo o processo, há sistema de monitoramento eletrônico com
câmeras de vídeos em todas as agências próprias dos Correios. O
sindicato disse que não estava certo se isso ocorria e que em algumas
que têm, não funciona direito. “Apesar da decisão, nós consideramos uma
vitória para os trabalhadores e clientes. A empresa se nega a fazer algo
há décadas”, disse.
Segurança pela metade. A agência dos Correios de
Cruz das Armas sofreu uma tentativa de assalto em abril deste ano que
teve grande repercussão no Estado. Os assaltantes entraram com armas e
fizeram reféns e após horas de conversas com a Polícia Militar (PM), as
vítimas foram liberadas e os bandidos presos. A agência não conta com
porta giratória, apenas com um sistema de monitoramento de câmeras,
alarme e dois seguranças armados que trabalham em horários diferentes.
“Em dia de pagamento, redobrados o número de seguranças”, disse o
gerente Jean Medeiros. Ela é uma das que operam com banco postal.
Ilmar Porto é dono de um bar que fica ao lado da agência. Ele disse
ter presenciado todos os assaltos que aconteceram nela. “A gente vive em
constante medo. No dia da tentativa de assalto, eu tinha acabado de
abrir o bar quando vimos a ação. Eu acolhi os reféns aqui. Foi
assustador. Eu costumava abrir bem cedo, agora não faço mais”, disse.
Portal 25 Horas