O craque argentino Lionel Messi e seu pai, Jorge Horacio, recorrerão
da decisão que os condenou ontem (6) a 21 meses de prisão cada um por
uma fraude fiscal de 4,1 milhões de euros (R$ 15 milhões) na Espanha.
O
anúncio foi feito pelos advogados da família, Enrique Bacigalupo e
Javier Sánchez Vera, que dizem que a sentença imposta por um tribunal de
Barcelona “não é correta”. Eles também enxergam “boas perspectivas” de a
Suprema Corte absolver os dois.
Durante o processo, Messi afirmou
que não sabia das operações financeiras confiadas por seu pai a um
escritório de Direito especializado na gestão de direitos de imagem dos
jogadores e que pagou 5 milhões de euros (R$ 18 milhões) em juízo para
quitar o débito com o fisco espanhol.
O Ministério Público havia
pedido a absolvição do atacante por considerar que sua participação foi
“puramente formal” e que ele se limitava a seguir as indicações de Jorge
Horacio, para quem defendia uma pena de 18 meses de cadeia.
Pai assume responsabilidade
Por
sua vez, a Advocacia do Estado, que representa a Agência Tributária do
país, solicitou 22 meses e 15 dias de prisão para cada um. Durante o
julgamento, o pai assumiu toda a responsabilidade pelo caso.
Segundo
a acusação, o mecanismo de fraude consistia em “simular” a cessão dos
direitos de imagem do jogador a “empresas de fachada sediadas em
paraísos fiscais”, como Belize. Os contratos eram firmados entre essas
sociedades e companhias também domiciliadas no exterior, como no Reino
Unido e na Suíça, para evitar que o dinheiro passasse pela Espanha.
Assim,
as empresas interessadas em explorar a imagem de Messi eram obrigadas a
contratá-lo através de firmas baseadas em outros países. A sentença da
Suprema Corte da Espanha sobre o recurso deve sair dentro de um ano.