Pela
primeira vez, na Paraíba, foi realizada a ‘estimulação cerebral
profunda’ em paciente com mal de Alzheimer. A cirurgia é capaz de frear a
evolução da doença e recuperar as funções da memória quando o problema
está em estágio inicial. A intervenção aconteceu no dia 11 de dezembro,
no Hospital Napoleão Laureano, em um paciente de 77 anos. Estima-se, no
Brasil, 1 milhão e 200 mil pessoas com Alzheimer.
De acordo com o guarabirense Rodrigo Marmo, filho do dentista Irineu
Francisco e da oficial do registro civil Sebastiana Costa, que realizou a
cirurgia, a melhora da função da memória é comprovada e tem se mostrado
em ressonâncias realizadas nos pacientes um ano depois da operação. “Há
um aumento do volume do hipocampo, que é a parte do cérebro que
controla a memória”, observou. Os médicos também se baseiam num exame
chamado PET-Scan, que mede o metabolismo cerebral. Ele se modifica após a
cirurgia no paciente com Alzheimer, e áreas da memória que estavam com
pouco metabolismo se tornam mais ‘quentes’, segundo o especialista. Além
do Dr. Rodrigo Marmo, integram a equipe Maurus Holanda, neurocirurgião,
e Walter Mendes.
Antes do paciente se submeter à cirurgia, a família até pensou em ir
para o Canadá, mas o médico explicou que ela poderia ser feita aqui e,
após todos os exames necessários, realizou o procedimento.
O idoso
estava perdendo a memória e a medicação que tomava há um ano e meio
fazia pouco efeito.
A família preferiu não identificar o paciente, mas a esposa dele
afirmou que, ao saber da
possibilidade da cirurgia, todos ficaram
entusiasmados. “Tínhamos a opção de investir na cirurgia, cujos
benefícios ainda não podemos ver, ou ficávamos na administração normal
da medicação sem saber o destino. Optamos por lutar pela cirurgia. Fomos
à Justiça e conseguimos que fosse realizada”, comemorou.
Resultados. O paciente paraibano foi operado na
manhã da sexta-feira e recebeu alta no domingo, sem intercorrência
neurológica. A melhora é progressiva, mas só após 30 dias é possível
perceber alguma evolução. “Acho que o grande desafio foi o fato de ter
sido uma primeira cirurgia desse porte no Brasil”, destacou o
neurocirurgião Rodrigo Marmo.
Correio da Paraíba