A Polícia Civil da Paraíba, por meio do trabalho investigativo da
equipe da Delegacia de Crimes contra o Patrimônio (Roubos e Furtos) de
Campina Grande, prendeu um dos homens mais procurados pelos crimes de
falsificação e adulteração de cartões de crédito no Brasil durante a
operação “Boy Play”, deflagrada na sexta-feira (6). Bruno Alves da
Silva, 31, foi preso no bairro do Catolé, por cumprimento de mandado de
prisão preventiva.
De acordo com o delegado Danilo Orengo, titular da DRF, a Polícia
Civil chegou a Bruno depois de um mês de investigações. “Ele e o irmão,
André, foram presos no Rio de Janeiro pelo mesmo crime de falsificação e
adulteração de cartões de crédito há um ano e Bruno estava cumprindo
pena no regime semi-aberto quando não mais voltou ao Sistema Prisional e
veio para a Paraíba, especificamente a Campina Grande. O seu
comportamento aqui chamou a atenção da polícia judiciária, pela
ostentação e gastos praticados por ele e a investigação foi iniciada há
um mês”, explicou, acrescentando que “Boy Play” é o nome como Bruno era
conhecido na organização.
Orengo ainda afirmou que, na Paraíba, Bruno continuou a aplicar o
mesmo golpe, colhendo informações de cartões de crédito em bares e
restaurantes de luxo e as utilizando para fins ilícitos. O motivo da
escolha da cidade de Campina Grande para atuação teria acontecido pelo
fato da mulher dele ser natural de Fagundes.
No momento em que foi preso, Bruno se apresentou como Gabriel Alves
da Silva, mas já tinha sido identificado pela Polícia Civil. Na casa
dele, foram apreendidos 30 cartões, celulares, chips, máquinas de
adulteração de cartões e jóias. Além do mandado de prisão que foi
cumprido, a Polícia Civil ainda lavrou procedimento de flagrante contra
Bruno pelo material apreendido na residência. Ele ainda vai responder
pelo crime de suborno contra o delegado Danilo Orengo, por oferecer à
autoridade policial R$ 200 mil para não realizar a prisão. Bruno foi
autuado por furto mediante fraude, falsa identidade e corrupção ativa.
Os golpes – Para cometer os crimes, Bruno utilizava um equipamento que colhia dados dos cartões por bluetooth. “Ele recebia esse sistema pronto de hackers
e subornava funcionários dos estabelecimentos comerciais de alto padrão
para que trocassem a máquina legítima pela adulterada. Diferentemente
daqueles equipamentos conhecidos por ‘chupa-cabras’, cujos utilizadores
precisam fazer a retirada desses equipamentos pessoalmente, o sistema
utilizado por Bruno tem ainda mais tecnologia, pois a maquineta
adulterada e com todas as informações, inclusive senhas, recolhidas por bluetooth,
são recolhidas pelo próprio funcionário que realizou a troca do
equipamento. E como era utilizado esse dinheiro? Em ostentação. Ele
tinha uma vida de luxo, o que levou a Polícia Civil a investigar o caso e
prendê-lo”, afirmou o delegado Cristiano Santana, delegado adjunto da
DRF.