O grupo radical Estado Islâmico reivindicou neste sábado (14) a responsabilidade por ataques que mataram mais de 120 pessoas em Paris. É o pior ataque à França na história recente.
Em
uma declaração oficial, o grupo disse que seus combatentes presos a
cintos com explosivos e carregando metralhadoras realizaram os ataques
em vários locais no centro da capital francesa que foram cuidadosamente
estudados.
“Oito irmãos com explosivos na cintura e fuzis
fizeram vítimas em lugares escolhidos previamente e que foram escolhidos
minunciosamente no coração de Paris, no estádio da França, na hora do
jogo dos dois países França e Alemanha, que eram assistidos pelo imbecil
François Hollande, o Bataclan onde se estavam reunidos centenas de
idolatras em uma festa de perversidade assim como outros alvos no 10º
arrondissement e isso tudo simultaneamente. Paris tremou sob seus pés e
as ruas se tornaram estreitas para eles. O resultado é de no mínimo 200
mortos e muitos mais feridos. A gloria e mérito pertencem a Alá”, diz o
comunicado.
O comunicado do grupo afirma ainda que a França e os
que seguem o seu caminho devem saber que eles são os principais alvos do
Estado Islâmico e que continuarão a “sentir o odor da morte por ter
colocado a cabeça na cruzada, ter ousado insultar nosso profeta, se
vangloriar de combater o islamismo na França e atingir os muçulmanos na
terra do califa com seus aviões”. “Esse ataque é só o começo da
tempestade e um alerta para aqueles que quiserem meditar e tirar
lições.”
Mais cedo, o presidente da França, François Hollande, já
havia dito em uma declaração à nação que os atentados da noite de
sexta-feira (13) em Paris “são um ato de guerra do Estado Islâmico
contra a França”, de acordo com informações de agências internacionais.
Além
disso, Hollande afirmou que os ataques foram organizados “no exterior
da França” e que contaram com “cúmplices no interior” do país.
O
chefe de polícia de Paris, Michel Cadot, afirmou que, quando a polícia
invadiu o local, quatro terroristas se suicidaram, detonando explosivos
que três deles tinham em seus cintos. Ele afirmou ainda, segundo o
jornal britânico “The Guardian”, que antes de entrar no local os homens
dispararam tiros de metralhadoras em cafés que ficam do lado de fora do
Bataclan.
A emissora de TV BFM e o jornal Liberation, que cita o
procurador de Paris, François Molins, dizem que cinco terroristas foram
“neutralizados” no total. Agências internacionais de notícias, no
entanto, informam que 8 terrositas morreram, dos quais 7 se suicidaram.
Também
foram registrados tiroteios em outros pontos da cidade e explosões
perto do Stade de France, durante um amistoso entre as seleções da
França e Alemanha.
O jornal “Le Monde” diz que uma fonte judicial
especificou onde aconteceram as mortes desta sexta, em um balanço
provisório: uma pessoa morreu no boulevard Voltaire; 19 morreram e 14
ficaram feridas em frente ao bar La Belle Equipe, na Rue de Charonne; 78
ou 79 pessoas morreram no Bataclan (entre elas três ou quatro
terroristas); cinco pessoas morreram e oito ficaram feridas na Rue de la
Fontaine au Roi; de 12 a 14 morreram e dez ficaram feridas no bar
Carillon, na Rue Allibert; e dois homens morreram nas explosões próximas
ao Stade de France, ambos suicidas que provocaram as detonações.
A
polícia invadiu o Bataclan às 21h40 (horário de Brasília), após relatos
de que pessoas estariam sendo executadas. Dois terroristas foram mortos
na ação. Dez minutos antes da invasão, a Reuters afirmava que foram
ouvidas cinco explosões perto do local.
Por volta da 1h30 (22h30,
em Brasília), o presidente francês François Hollande chegou ao local,
onde permaneceu por cerca de meia hora. “Há muitos feridos, feridos
graves, feridos chocados com o que viram”, disse o presidente, ao
justificar porque quis ir ao local. “Quando os terroristas estão
dispostos a cometer tais atrocidades, eles devem saber que irão encarar
uma França determinada”, acrescentou. “Iremos conduzir a luta (contra os
terroristas), e ela será implacável”, garantiu.
A casa fica no
boulevard Voltaire, no 11º arrondissement, tem capacidade para 1.500
pessoas e era palco de um show da banda Eagles of the Death Metal.
A
banda, que na hora do início do ataque terminava o show no palco do
Bataclan, escapou do palco pelos bastidores e está a salvo, segundo
afirmou o irmão de um dos membros, Michael Dorio. O irmão dele, Julian
Dorio, é o baterista do grupo. Em entrevista à CNN, Michael disse que os
músicos chegaram a ver os atiradores, mas encerraram o show quando
notaram o ataque e fugiram. “Quando eles ouviram os tiros eles apenas
correram para o backstage. Ele me disse que viu os atiradores, mas não
ficou por ali”, explicou Dorio.