A família do alpinista Josenildo Correia da Silva está realizando uma
campanha, via rede social Facebook, para arrecadar recursos para
custeio do translado do corpo da Argentina para a Paraíba. A esposa
dele, Alessandra Pereira, reconhece o corpo na tarde desta sexta-feira
(22). Ela retornaria ao Brasil nesta sexta-feira, mas ficará no País
vizinho por mais uns dias.
O cunhado de Josenildo, Melquíades
Nascimento, informou a conta corrente para doação, além de dois
estabelecimentos no município de Guarabira, no Brejo da Paraíba. Quem
puder doar, a operação deve ser feita na Caixa Econômica Federal
(Conta-Corrente: 00095229-0 / Agência 0042 / Operação 013). As doações
podem ser feitas também nas lojas Casa dos Fotógrafos ou no Atacadão dos
Eletros.
"Os custos são muito altos. Como o Itamaraty não banca,
estamos realizando uma campanha para receber a ajuda de empresários e do
Governo do Estado, já que ele representava a Paraíba", afirmou
Melquíades.
O
Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) confirmou que o
órgão não se responsabiliza pelas despesas referentes ao translado. A
informação da morte de Josenildo Correia foi dada na última quarta-feira
(20) pelo filho do alpinista, Carlinhos Lott, através da rede social
Facebook.
Ele estava desaparecido há duas semanas quando escalava
o Monte Aconcágua, na Argentina, o mais alto das Américas (6.962 metros
de altura). O Ministério das Relações Exteriores estava acompanhando o
caso e confirmou que não irá custear o translado. Nesta quinta-feira
(21), o corpo do alpinista passou por perícia no município de Uspallata.
Josenildo
começou a se interessar pelo esporte após conhecer alguns alpinistas
por meio de redes sociais. Em 2004, Josenildo tentou subir pela segunda
vez a montanha quando teve um princípio de congelamento, porém foi
socorrido por um helicóptero.
Um outro alpinista, Ademir Silva,
que estava com ele no momento da subida ao Monte, narrou os últimos
momentos do alpinista paraibano. Na rede social Facebook, Ademir deixou
um recado para a filha dele, Caroline Lott, relatando que não conseguiu
continuar a expedição por causa das condições climáticas e, emocionado,
falou sobre a tristeza da morte do colega.
"olá , obrigado por me
receber em seu perfil , o momento é triste pois perdi alguém que acabara
de conhecer , deixo a ti minhas homenagens ao amigo Josenildo Correia
da Silva , sim estava com ele nos ultimas dias , onde nosso sonho era
escalar o monte Aconcágua , gostaria de ter as respostas das quais
talvez agora , possamos saber sobre o desfecho , de sua tentativa de
cume , muito aprendi com ele , nos dias em que vivemos lá em cima , ja
escalo a algum tempo , e nos conhecemos no dia da viagem , é dificil
falar , então me desculpe , como disse ao teu irmão o Carlinhos Lott ,
dia cinco de março , partimos na tentativa de cume , estavamos a cima de
seis mil mts , apenas uma janela de tempo , dez horas de travessia ,
nos preparamos e a cinco horas da manhã , começamos a subida , andando
no gelo , com grampões , a felicidade , não dá pra explicar como marcar
um gol , muitas sensações juntas , não tive condições de continuar , a
menos vinte graus , descobri que tudo congela , mãos e pés , a
respiração , retornei ao abrigo , e esperei pela dez horas , o desfecho
agora sabemos , fiquei duas noitas na altitude esperando por ele ,
procurei retornar com todas as coisas que usavamos , durante as buscas ,
hoje tive a noticia por uma amigo , nada facil , triste , peço a Deus
que ilumine seu caminho por onde vc andar , peço que me perdoe , não
tive como conte-lo em sua felicidade , bons ventos , bjo ....", relatou.
Por Jean Ganso, Com Portal Correio